PUBLICIDADE

Publicidade

Jogos da seleção: sorte e azar

Lesão tira o goleiro Rafael da Olimpíada e abre uma chance para Neto, para surpresa de Mano

Por Mateus Silva Alves
Atualização:

SAINT ALBANS - O destino foi cruel com Mano Menezes. Ele apostou tudo em Rafael, mas viu o goleiro do Santos se machucar em um treino a três dias da estreia nos Jogos de Londres e agora tem de escalar um jogador que jamais pisou um gramado usando a camisa da seleção brasileira, em qualquer categoria. Esse é Neto, da Fiorentina, um poço de inexperiência em quem o treinador é obrigado a confiar. É o tipo da "emoção" que o gaúcho, um homem frio e calculista, detesta.O corte de Rafael, causado por uma lesão no cotovelo direito, foi anunciado na manhã de ontem e alguns minutos depois Neto estava em um dos gramados do CT do Arsenal, feliz da vida, fazendo seu primeiro treino com o status de titular da seleção. Ele está se preparando não apenas para a estreia do Brasil na Olimpíada, amanhã, contra o Egito, mas para a sua primeira partida pelo time nacional. O ex-jogador do Atlético-PR tem no currículo algumas convocações para a seleção principal, todas na "administração" Mano Menezes, mas nenhum minuto em campo.Agora cabe a Mano juntar os cacos e remediar a situação. E ele começou a fazer isso ontem, em uma entrevista coletiva em que tentou minimizar a evidente falta de ritmo de jogo de Neto, que é reserva no clube italiano e jogou apenas duas partidas oficiais na última temporada. "Neto intensificou sua preparação no Atlético durante as férias para que se minimizasse a falta de continuidade de jogar. O ideal era que estivesse jogando, mas nem sempre se chega ao ideal", disse Mano, que tentou passar a impressão de que a seleção não perderá com a troca de Rafael por Neto. "São goleiros do mesmo nível. Neto está habituado à seleção brasileira, sabe da responsabilidade, está acostumado a desempenhar. Não vamos mudar nada no posicionamento da equipe, temos confiança na sua capacidade."A aposta de Mano em Rafael ocorreu por causa de seu bom desempenho nos amistosos contra Estados Unidos, México e Argentina, entre o fim de maio e o começo de junho. O plano inicial era levar Jefferson, do Botafogo, aos Jogos, mas o técnico nunca apreciou muito a ideia de "queimar" uma das três vagas para jogadores com mais de 23 anos com um goleiro. O gaúcho precisava de um jogador da posição com idade olímpica em quem pudesse confiar e Rafael resolveu esse problema. Por isso a lesão do santista foi uma bomba jogada no colo do treinador.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.