PUBLICIDADE

Publicidade

Judô: Brasileiros apostam na superação

Por Agencia Estado
Atualização:

Tiago Camilo e Leandro Guilheiro são medalhistas olímpicos, mas nunca foram a um Mundial de Judô adulto. Estrearão na competição, reforçados por histórias de volta por cima para a superação de derrotas e contusões. O meio-médio Tiago, de 23 anos, que ganhou a medalha de prata olímpica, em Sydney (2000), garante que não se sente pressionado. "Independentemente de ser medalhista olímpico, quero competir bem." O leve Leandro Guilheiro, de 22 anos, também acha que disputar uma Olimpíada é mais difícil que ir a um Mundial. "Acredito apenas na pressão que coloco em mim mesmo." A seleção viajou neste domingo para o Egito, onde disputará o Mundial no Cairo, de quinta-feira a domingo. Os judocas fizeram a preparação final na Arena Olímpica do Judô, no Complexo do Ibirapuera, que tem tatame com sistema de amortecimento, que custou US$ 70 mil e foi pago pelo governo do Japão. "No Brasil e no mundo, o judô passa por renovação", avalia o técnico Luiz Shinohara. "Tecnicamente, nossos atletas estão bem. Acho que o Tiago e o Leandro, pela experiência que têm, estão entre os judocas com chances de bons resultados." Os dois judocas têm histórias de recuperação, embora ainda jovens. Tiago,1,80 m e 83 quilos, venceu o Mundial Júnior, em 1998, e ganhou a medalha de prata nos Jogos de Sydney quando tinha apenas 18 anos. "Fui medalhista olímpico antes de ser campeão pan-americano", relembra. Mas não foi a Atenas, no ano passado, por perder a seletiva para Flávio Canto, na última luta da última fase das seletivas. A derrota veio a 2 segundos do final, por falta de combatividade, numa decisão controvertida do árbitro. "Passei por um momento de reflexão e depois percebi que ainda tinha objetivos: Mundial, Pan e Olimpíada. Precisava me motivar e trabalhar para isso." Foi o que fez, até vencer a seletiva e voltar a ter vaga na seleção permanente de judô. Não quer chegar ao Mundial pensando em medalha, mas superar cada segundo em cada luta. "Se não for assim, não vou competir bem" avisa, concentrado e animado com o time. "Acho que essa equipe é muito boa, vejo brilho nos olhos dos atletas." Leandro, 1,77 m e 73 quilos, também foi campeão júnior, no Mundial da Coréia, em 2002, ganhou a medalha de bronze na Olimpíada de Atenas, no ano passado, mas depois ficou afastado dos tatames por contusão. "Um mês após a Olimpíada, em 21 de setembro, fiz as cirurgias (quadril e mãos) e não peguei mais o quimono", recorda. "Foram três meses de gesso e sete meses até voltar a ter contato com os tatames." O santista, estudante de Direito, sofre assédio das garotas - é um moreno bonito -, mas prefere dar prioridade aos estudos e ao judô. Voltar para a seleção era o objetivo de Leandro Guilheiro, assim que se recuperou das cirurgias. "Vivi dois meses e meio para a seletiva", frisa. "Vivi noite e dia para isso. Comemorei muito minha vitória, foi como voltar do poço para cima." Leandro diz que teve de "ouvir gracinhas", quando o judoca da categoria sub-25, Diogo Coutinho, de seu peso, passou a ganhar todas as lutas. "Eu queria voltar a lutar bem. Estar na seleção foi um bônus", reconhece. "Se eu ganhar medalha, também verei assim." Não acha que encontrará adversários que não conheça no Mundial, mesmo com o processo de renovação das seleções. "Vou com o mesmo espírito, de lutar bem", promete.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.