
04 de abril de 2016 | 15h25
O "Panama Papers" consiste numa vasta rede de informações sobre o escritório Mossack Fonseca, responsável pela abertura de empresas offshores no Panamá e em diversos locais do mundo. Através destas empresas, sediadas em paraíso fiscal, chefes de estado, políticos, criminosos e até celebridades poderiam esconder dinheiro obtido de forma ilícita.
Damiani, segundo informações divulgadas pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, também tem uma empresa offshore no Panamá. Em Montevidéu, ele comanda o escritório de advocacia e contabilidade de sua família. A empresa foi fundada por seu pai, Jose Pedro Damiani.
O advogado uruguaio já era investigado pela Fifa desde março em razão de sua "relação comercial" com o ex-vice-presidente da entidade Eugenio Figueredo, também uruguaio. Ex-presidente da Conmebol, Figueredo foi um dos sete cartolas da Fifa que foram presos no dia 27 de maio do ano passado, na Suíça, às vésperas da eleição da entidade.
Damiani foi um dos criadores do Comitê de Ética da Fifa, em 2006. Ele foi indicado ao grupo pela própria Conmebol e aprovado pelo Comitê Executivo, então liderado por Blatter. Apesar do processo de reestruturação que alterou o funcionamento do Comitê de Ética, Damiani manteve seu cargo no grupo, que então passou a ser liderado pelo juiz Joachim Eckert, em 2012.
Em dezembro do ano passado, Blatter revelou que Damiani foi um dos quatro juízes que o condenou a suspensão de oito anos por violação do Código de Ética da Fifa - a punição depois foi reduzida para seis anos, mas o suíço ainda torce por uma reviravolta no caso na Corte Arbitral do Esporte.
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