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Lá vem mais bomba

Grand Prix

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Por Redação
Atualização:

Às vezes eu penso que a FIA está querendo tirar Ron Dennis do sério. Agora é com a eventual punição a Lewis Hamilton, virtual campeão do mundo, que pode ver sua tarefa dificultada na China se tiver de perder 10 posições no grid. Eu até acho que manobras como as de Hamilton durante as voltas com safety car devem ser punidas. Mas nunca foram. Desde o começo da corrida, Hamilton já vinha provocando Alonso com aquelas freadas repentinas para tentar fazer com que o espanhol o ultrapassasse sem querer e recebesse punição. Isso não pode continuar sendo entendido como manobra lícita. Mas tantos pilotos fizeram isso outras vezes e nunca foram contestados. O que está sendo discutido no caso de Hamilton nem é pelo que ele cansou de fazer com Alonso durante as 19 voltas do safety car, mas por uma outra freada repentina que ele deu numa das outras entradas do safety car e que acabou provocando o acidente de Sebastian Vettel e Mark Webber. Quando Hamilton freou e tirou o carro para a direita, tão devagar que dava a impressão de estar parando, Webber, que vinha em segundo, teve de segurar o carro no freio e Vettel, em terceiro, encheu a traseira do australiano. O acidente impediu os dois de conquistar o melhor resultado deles na carreira e daí veio o protesto que poderia não dar em nada se não tivesse surgido um vídeo feito por um torcedor na arquibancada de Fuji, que mostra claramente a manobra. O mais curioso dessa história é que o vídeo ficou alguns poucos minutos no Youtube e foi tirado do ar por iniciativa da cúpula da F-1. Mas, nessa altura a imagem já havia sido copiada e pode ser vista, por exemplo, no site Dailymotion. O que torna mais difícil Hamilton escapar da perda de 10 posições é que o próprio Vettel, considerado culpado pelos comissários do GP do Japão, recebeu esta mesma punição e terá de cumpri-la na largada da China. A corrida só pode ganhar com isso. Se Hamilton largar no meio do grid, e com a grande possibilidade de chuva (60%), o espetáculo é garantido. Quanto à briga pelo título, nada muito arriscado. Com uma vantagem de 12 pontos, o inglês nem precisa se preocupar tanto. Ele tem que fazer uma corrida de marcação sobre Alonso, não deixando o espanhol se distanciar. A seu favor tem o fato de a pista ser um pouco melhor para os carros da Ferrari. Quanto mais a Ferrari andar, maior a chance de Alonso ficar fora da primeira fila do grid. Torcer contra Alonso é o que grande parte da equipe McLaren faz atualmente. O espanhol está cada vez mais isolado, com uma relação estritamente profissional com seus engenheiros, mas, ainda assim, é uma peça muito forte na F-1. Tão forte que pode ser o detonador de uma mudança radical numa das equipes mais tradicionais e vitoriosas das últimas 4 décadas. A venda da McLaren para a Mercedes-Benz está sendo encarada como a solução para os problemas de Alonso com Hamilton e Ron Dennis. E o saldo pode ser positivo também para a Prodrive, equipe satélite da McLaren, que vai estrear em 2008. Com a liberação da venda de chassi de uma equipe para outra, torna-se necessário definir como será entendido o campeonato de construtores daí em diante. A Prodrive, usando carro McLaren e motor Mercedes, pretende disputar o título de construtores com os mesmos direitos das equipes já existentes. De novo, a política vai invadir a pista.

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