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Ladainha alviverde

Por Antero Greco
Atualização:

O Brasileiro mal deu a largada e muita reviravolta vai ocorrer até dezembro. Quem é favorito agora, pode quebrar a cara lá na frente. Quem tropeçou no começo, pode superar-se no sprint na definição do título. Tudo será provisório por muito tempo. Isto posto, vamos ao que interessa. Passada a segunda rodada, sugiro ao torcedor do Palmeiras reforçar o estoque de chá de cidreira, engolir umas pastilhinhas de calmante fitoterápico (daqueles fraquinhos) e reservar uns litros de água com açúcar para beber em jogos de sua equipe. Porque vai precisar.O clássico com o Cruzeiro mostrou que a ladainha alviverde das últimas temporadas deve repetir-se. O palestrino de carteirinha já sabe do que se trata: muito sufoco adversário, um ou outro gol em contra-ataque, vitória suada aqui, empate apertado ali, uma derrota acolá. Ou a lengalenga de sempre, que talvez ao final do ano não leve a nada.O Palmeiras que foi a Minas não esteve diferente praticamente em nada em relação àquele que na semana passada estreou com vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo. Apresentou-se como a mesma toada de marcação forte na defesa e no meio-campo e com Luan e Kléber com a missão de resolver na frente.O Cruzeiro, que havia estreado com derrota e precisava recuperar-se, foi mais ousado, com Thiago Ribeiro, Walyson e Brandão adiantados. Os mineiros deram trabalho com esse trio, mandaram uma bola na trave e exigiram de Marcos alguns milagres como nos bons tempos. Tudo parecia encaminhar-se para uma vitória doméstica.O Palmeiras das surpresas deu o ar da graça aos 14 minutos do segundo tempo, pouco depois de não ter levado gol porque Anselmo Ramon (entrou no lugar de Brandão) havia conseguido chutar para fora com o gol vazio. Marcos Assunção iniciou a jogada e Luan completou com uma bomba para o gol. O quadro então mudou e ficou a impressão de que Felipão e sua moçada colheriam mais três pontos. Como acontece nessas ocasiões, o Palmeiras recuou, voltou a levar sufoco e, claro, sofreu o empate, por meio do mesmo Anselmo Ramon. Até o final do jogo, não faltaram oportunidades para o Cruzeiro virar. Por sorte, Marcos estava atento e a pontaria mineira, ruim. Haja paciência para o palmeirense...Susto e vitória. O Corinthians não fica muito atrás do Palmeiras no quesito fortes emoções. O time de Tite suou, e não foi por causa da temperatura em Araraquara, para fazer 2 a 1 no time reserva do Coritiba. O gol de Paulinho, aos 4 minutos, deixou no ar a esperança de vitória fácil. Não foi o que se viu na equipe que começou com Jorge Henrique no banco. Os paranaenses empataram, aos 28 do segundo tempo, e a vitória veio só aos 35, com Danilo. É outro time a exigir doses de calmante para seus torcedores. Papo furado. Na crônica de ontem, citei alguns fatos que provocam barulho, no futebol, mas não levam a nada. Um deles era o jogo pesado entre Mohamed Bin Hamman e Joseph Blatter na corrida pela presidência da Fifa. Pensei que os dois oponentes do momento voltariam à convivência pacífica após as eleições e acreditava no sucesso da candidatura do opositor Hamman. Pois o cartola que comanda a Confederação Asiática já jogou a toalha antes do tempo, ao ceder a pressão da turma que manda no Catar (seu país de origem) e que não quer nenhuma confusão nos preparativos para o Mundial de 2022. Foi fogo de palha.Ressalte-se, também, que a comissão de Ética chegou à conclusão de que Blatter está limpo e, portanto, não procedem insinuações de envolvimento em corrupção. Graças a Deus tudo vai bem na família Fifa. Prepare o bolso. Li a reportagem de Jamil Chade sobre custos da Copa de 2014 que o Estado publica nesta edição e, confesso, não me surpreendi. O que se pode depreender dos textos é simples: as cifras sobem a todo momento e quem bancará a fatura é o governo. Ou seja, em última instância, nós pagaremos pela farra. Dinheiro que poderia ser canalizado para saúde e educação, por exemplo, escoará para o ralo dos estádios. A troco de quê? O relato não me pegou de surpresa, mas deixou meu estômago enjoado e fiquei com a leve sensação de que alguém me fará de otário. Quer dizer, quase todos nós...

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