Largada para a maior regata do Brasil

O veleiro "V-Max/Nautos" foi o primeiro a entrar em mar aberto em direção a Trindade, hoje de manhã, depois da largada da terceira edição da Eldorado-Brasilis.

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Por Agencia Estado
Atualização:

O veleiro "V-Max/Nautos", um Fast 500 de 50 pés, foi o primeiro a cruzar a bóia entre as ilhas do Boi e do Frade, em Vitória, e entrar em mar aberto em direção a Trindade, hoje de manhã, depois da largada da terceira edição da Eldorado-Brasilis. O barco do comandante Kan Chuh é o favorito da prova. A duração prevista para a competição é de dez dias. A previsão de vento sueste para leste, hoje, não se confirmou. As velas foram impulsionadas por um vento leste fraco, de cinco nós, obrigando os barcos a largar de través, às 10h25. Por volta do meio dia, a intensidade dos ventos caiu para três nós e os barcos mais pesados estavam boiando. A largada da regata, no pier da praia de Camburi, foi uma cerimônia rápida, com queima de fogos, contando com as presenças do Secretário Nacional de Esportes, Lars Grael, e do prefeito de Vitória, Luis Paulo Velloso Lucas, entusiasta dos esportes náuticos, e um bom público. O juiz Fernando Teubner Jr., também presidente da Federação Capixaba de Vela, teve que atrasar a partida dos barcos em alguns minutos porque os 11 veleiros não estavam na posição correta. O único barco que teve problemas foi o "Rajada", já que a tripulação tem menos experiência. Mesmo assim, o veleiro largou dentro da tolerância regulamentar de 10 minutos. Outros dois barcos que estavam inscritos para a largada desistiram dois dias antes: o "Triunfo II", do comandante João Jorge Peralta, quebrou o leme na altura do litoral paulista e ficou quatro dias a deriva antes de ser resgatado. E o comandante Jan Ludwig Engels, do "Jamaluce II", preocupado com a frente fria, preferiu voltar de Abrolhos para Salvador, cancelando sua participação. Mas os organizadores ficaram satisfeitos com a presença de 11 veleiros. Na primeira edição, em 2000, seis barcos correram a Eldorado-Brasilis. "Para mim não é surpresa que a Eldorado-Brasilis tenha chegado à terceira edição. O brasileiro gosta de mar e tem um espírito guerreiro. Gosta de enfrentar desafios. A regata vai continuar crescendo", disse Lars Grael. Para o prefeito Velloso Lucas, a mais longa competição de vela oceânica do Brasil já faz parte, definitivamente, do calendário da cidade. "É uma honra para Vitória e para o Espírito Santo", disse. A terceira edição da Eldorado-Brasilis tem o patrocínio da Business School São Paulo, Stremo Corretora de Valores e Wall Street Institute. O velejador sino-baiano Kan Chuh deu um bom exemplo de sua habilidade na largada, saindo por fora enquanto toda a flotilha acabou se juntando perto da bóia. Com ventos limpos, o "V-Max/Nautos" saiu na frente seguido à distância pelo "Quiricomba-Opportunity", do Grêmio Naval da Marinha, e pelo "BL-3/Alforria", do comandante Pedro Rodrigues e da instrutora Nadia Megon. Fernando Luigi, da W-60, empresa de marketing responsável pela prova, estava preocupado com a falta de vento por causa do peso de algum dos veleiros como o Kanaloa, de 50 pés e 26 toneladas. Outros, como o "Rajada", são bem mais leves não passando de 5 toneladas. Mesmo com pouco vento, todos conseguiram passar pela orla até a praia da Jurema, contornar a bóia e pegar a rota para a Ilha de Trindade, a cerca de 1200 quilômetros da costa brasileira. Na noite de sexta-feira, no Iate Clube do Espírito Santo, o Secretário Nacional de Esportes, Lars Grael, lançou sua autobiografia "Saga de um Campeão" e, ao lado do prefeito de Vitória, entregou para o comandante do trawler "Lord Gato", Carlos Brancante, a placa de aço escovado em homenagem ao navegador neozelandês Peter Blake. Brancante, que dará suporte à flotilha durante toda a regata, é quem levará a placa para ser fixada em uma pedra, em Trindade, pelo comando da Marinha do Brasil.

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