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Leão e Muricy, dois técnicos na marca do pênalti

O derrotado no jogo entre Santos e São Paulo deve perder emprego

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Por Sanches Filho e Amanda Romanelli
Atualização:

O sonho da conquista da Taça Libertadores virou um pesadelo para São Paulo e Santos assim que ambos os times foram desclassificados da competição, na semana passada. Emerson Leão e Muricy Ramalho bem sabem disso. Os ecos da eliminação reverberam no Campeonato Brasileiro. Ambos os técnicos, que se encontram no clássico de domingo, na Vila Belmiro, são apontados como culpados pelos maus resultados das equipes. Estão na marca do pênalti e precisam dar a volta por cima. A semana do clássico paulista no Campeonato Brasileiro já começou difícil para tricolores e alvinegros. Ambos colecionam resultados ruins nas três primeiras rodadas - o São Paulo é o 17º colocado, com dois pontos, e o Santos, 14º, com três. Buscarão o início da recuperação no encontro do fim de semana. Muricy e Leão podem pagar uma derrota com o emprego. No Morumbi, o clima ainda é de ressaca. Depois do "nocaute" contra o Fluminense, o empate por 1 a 1 contra o Coritiba, no domingo, acabou ficando com a moral de que dentre os males, o menor. O elenco ganhou folga ontem e Muricy começa a preparar o time para o duelo caseiro. E sem Adriano - os principais dirigentes tricolores sequer sabem se o atacante se apresenta nesta terça-feira. Amanhã, o atacante viaja para os Estados Unidos, onde jogará dois amistosos com a seleção. Os dirigentes também reafirmam a permanência de Muricy no comando. E, com postura inabalável, dizem que não há sinal de crise no Morumbi - embora o time, como um todo, esteja sendo ?reavaliado?. Ao contrário do que acontece na Baixada Santista, onde o clima é quente e bastante perceptível. A goleada por 4 a 0 sofrida contra o Cruzeiro pode provocar mais estragos do que a desclassificação na Libertadores. Uma das razões é que assuntos mal resolvidos do início da temporada voltaram à tona. A Torcida Jovem exige novamente a demissão de Leão, revoltada com a apatia do time no Mineirão e as negociações do técnico com o Atlético-MG. Leão teria acertado o retorno ao time com o ex-diretor Beto Arantes. A transferência não se consumou porque outro diretor se antecipou e contratou Alexandre Gallo. Contrariado, Arantes se demitiu. Leão diz que houve apenas uma sondagem. Não é de hoje que o Santos dá demonstrações de que não está satisfeito. As negociações com outros técnicos - como Cuca, durante o Campeonato Paulista - e a contratação de quatro jogadores estrangeiros (como o meia Molina) foram algumas delas. E Leão não se sente à vontade sabendo que há pessoas influentes na diretoria contrárias à sua permanência no clube. O técnico também tem recebido críticas de seus comandados. No Mineirão, o lateral Kléber disse que a equipe jogou errado e o capitão Fábio Costa soltou um palavrão para qualificar o futebol santista. Leão só não deixa o clube porque a palavra demissão não faz parte de seu vocabulário.

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