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'Levei anos para esquecer aquele pênalti perdido'

Cocu, auxiliar do técnico Bert van Marwijk, lembra a cobrança desperdiçada na semifinal da Copa de 1998, contra o Brasil

Por Antero Greco
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ENVIADO ESPECIALJOHANNESBURGONão é apenas Roberto Baggio quem tem trauma de pênalti desperdiçado em decisão contra o Brasil. O holandês Philip Cocu perdeu o sono por muito tempo, assim como o craque da Azzurra em 1994, por ter falhado na semifinal que as duas seleções fizeram em Marselha, em 7 de julho de 1998. Ele era o terceiro a chutar, depois que Frank De Boer e Bergkamp converteram suas cobranças, mas a bola morreu nas mãos de Taffarel, herói daquela noite de verão francês."Eu fazia um belo Mundial", recordou ontem à tarde o ex-atacante, 39 anos e hoje um dos auxiliares do técnico Bert van Marwijk na campanha da Laranja na Copa da África. "Havia marcado gols, estava em grande fase", frisou, em espanhol perfeito. "Para um esportista de alto nível, falha como aquela é difícil de superar. Levei anos para esquecer", admitiu, com sorriso conformado.Cocu, no entanto, não vê o duelo de sexta-feira como ocasião de revanche para seu time. Mas como nova etapa no caminho do título. "Brasil e Holanda sempre será jogo especial, pois são duas escolas que apreciam o bom futebol", elogiou. "Não importa o passado, mas o que queremos agora. E viemos aqui com objetivo claro: nada menos do que conquistar o título."Opinião referendada por Frank de Boer, outro conselheiro de van Marwijk. O ex-astro do Ajax nos anos 90 aposta na mescla de juventude e experiência que a Holanda trouxe para a África, afasta qualquer sentimento de vingança e admite que a seleção de seu país hoje é menos romântica e mais prática. "Não podemos mais nos abrir na defesa como antes", pregou. "Jogamos mais como equipe e menos como individualidades. Dá certo."

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