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Lia Mara, com o pé recuperado, volta a apitar no atletismo

Ela está recuperada do acidente do Troféu Brasil, quando teve o pé atingido por um dardo durante uma das provas do evento, no Ibirapuera, na capital paulista

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Por Agencia Estado
Atualização:

A árbitra de atletismo Lia Mara Lourenço está de volta, seis meses depois de ser vítima de um acidente inusitado: um dardo atingiu em cheio seu pé esquerdo, durante o Troféu Brasil de Atletismo. As cicatrizes indicam a trajetória da lâmina, que perfurou do peito à planta do pé. Lia Mara não ficou com seqüelas e, de volta à arbitragem, vai trabalhar nas provas de saltos no Pan do Rio. Agora, mais famosa A imagem da dor percorreu o mundo na foto de Jonne Roriz, do Estado, e a árbitra ganhou celebridade - chegou a gravar a reconstituição do acidente para o programa "Oh, That?s Gotta Hurt", do americano Discovery Channel, com cachê e tudo. "Encheram o meu Orkut de mensagens", disse. Até o sobrinho, que mora em Londres, soube do acidente por causa da foto. "Me reconheceram no avião." Lia prefere esquecer o que passou - "Simplesmente, bloqueei a lembrança" -, apesar de se considerar uma pessoa de sorte. "Com a força desses atletas, o dardo poderia ter acertado a cabeça ou o peito, não o pé. Sou uma pessoa de muita sorte mesmo." Depois do acidente, ela soube de histórias de árbitros que morreram atingidos por peso ou disco. Não quer falar na causa do acidente, se foi desatenção ou algum problema na organização da prova. Só observou que tudo aconteceu durante o aquecimento do lançamento de dardo e quando o triplista Jadel Gregório estava saltando. "Eu me lembro dele puxando palmas do público para o seu salto." Árbitra há 12 anos, Lia enfrentou uma semana de hospital após a cirurgia para a retirada da lâmina do dardo e dois meses com o pé imobilizado para curar uma fratura. Desde então, faz fisioterapia. Informou que a Confederação Brasileira de Atletismo pagou todas as despesas médicas, incluindo medicamentos. "Meu pé está normal, só não posso subir no salto ainda. O fisioterapeuta já me liberou e posso trabalhar, ainda que não seja em provas que exigem muito deslocamento, como o dardo e o disco." Ela garantiu que tem saudades do atletismo e quer voltar num dos próximos fins de semana, antes do Pan. Fez um curso para ganhar nível 1 e a condição de arbitrar no Pan. A formação prepara o árbitro para trabalhar em todos os setores da pista. "Podemos trabalhar no salto em altura, no decatlo, no heptalo, fazer súmulas, cronometragem, o que for necessário." No início, o cachê e a necessidade de ter alguma atividade levaram Lia, bancária aposentada, à arbitragem. Depois, se apaixonou. Um árbitro de São Paulo ganha R$ 45 por período de trabalho, R$ 180 por fim de semana. "Eu me apaixonei pelo atletismo, por seu um ambiente de juventude saudável, que luta contra tantas adversidades", conta.

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