25 de junho de 2010 | 00h00
ENVIADOS ESPECIAIS
JOHANNESBURGO
Técnico campeão do mundo em 2006, Marcello Lippi deu um adeus ao Mundial que não estava nos seus planos. O treinador chamou para si a responsabilidade pelo fracasso na África do Sul e tentou eximir o grupo de qualquer culpa. Admitiu também que nunca viu uma seleção tão sem poder como ontem e disse que se despede do cargo.
Ao entrar na sala de entrevistas após o jogo, Lippi interrompeu o repórter que faria a primeira pergunta para dar um esclarecimento. E foi direto ao ponto: "Tenho toda a responsabilidade pelo que aconteceu", admitiu. "Não consegui treinar o time como deveria."
O treinador tem sofrido com críticas há semanas e sua situação piorou a cada jogo. Um empate atrás do outro, um fracasso após o outro. O tropeço de ontem revoltou jornalistas e torcedores. E só coube a Lippi pedir desculpas à nação. "Peço desculpas à federação, ao presidente, à torcida", falou. "A equipe estava mal preparada tática, técnica e psicologicamente. Eu falhei, não consegui motivar os jogadores."
Volta frustrada. O experiente técnico de 62 anos voltou à seleção no lugar de Roberto Donadoni, após o fiasco na Eurocopa de 2008. E não se arrepende. "Voltei com grande entusiasmo. Achei que a gente teria uma performance melhor do que tivemos. Não esperava ser campeão de novo, mas queria algo mais."
Lippi não escondeu a má atuação de ontem. "O time não foi capaz de se expressar em campo. Esperava qualquer coisa, menos o que foi no primeiro tempo."
Consagrado, ele quer agora descansar. "Vivi aqui anos fantásticos e trágicos, como agora", contou. "Minha intenção é tirar uns meses de férias e depois vamos ver o que fazer." Cesare Prandelli, ex-Fiorentina, já foi confirmado pela Federação Italiana para comandar a seleção. "Desejo o melhor para o futuro treinador. O nível do futebol italiano não é o que se viu aqui."
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