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Livros lançados sobre caso Pistorius trazem mais alegações

Diante da sentença do atleta pelo assassinato da namorada Reeva Steenkamp, jornalistas publicam alegações não ouvidas em corte

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Por Redação
Atualização:

O juíz ainda pode mostrar clemência diante de Oscar Pistorius em sua futura condenação por ter atirado na namorada Reeva Steenkamp, mas a recente indústria de publicação ao redor do caso Pistorius vem demonstrando pouca piedade. Duas semanas depois da publicação de um livro, Tell All, pela mãe da ex-namorada de Pistorius, um novo livro de dois jornalistas investigativos sul-africanos declara que o irmão mais velho do corredor olímpico, Carl, pode ter apagado alguns dados do telefone do atleta dias depois da morte de Steenkamp.

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O livro também informa que o atleta telefonou para a ex-namorada algumas horas antes de atirar nela. Essas alegações são dos autores Barry Bateman e Mandy Wiener em Behind The Door, a publicação mais recente que surgiu a partir do caso Pistorius.

Bateman e Wiener escrevem que a polícia acredita que Carl Pistorius tomou custódia de um telefone celular pertencente a seu irmão logo após o tiro e somente 12 dias depois entregou o objeto para as autoridades. Quando a polícia colocou as mãos no iPhone em questão, todos os dados haviam sido apagados, após verificação sincronizada com outro computador.

Sentença de Pistorius será proferida no dia 13 de outubro Foto: REUTERS/Siphiwe Sibeko

O livro descreve que a polícia, consequentemente, considerou acusar Carl Pistorius de tentativa de impedir os fins da justiça, mas finalmente decidiu ir contra a acusação. A família Pistorius divulgou um comunicado na quarta-feira à noite dizendo que seus membros 'não tinham conhecimento de quaisquer exclusões de dados realizadas que poderiam ser relevantes no julgamento' de Oscar.

Baseado nos dados do telefone supostamente obtidos por policiais investigadores, Bateman e Wiener também afirmam que Pistorius teve uma ligação de nove minutos com a ex-namorada Jenna Edkins assim que ele entrou em Pretoria para encontrar Steenkamp na noite em que deu o tiro. O número de Edkins foi salvo no telefone de Pistorius sob o pseudônimo de Babyshoes. Investigadores falharam em reconhecer a ligação para Edkins, pois o seu telefone estaria registrado no nome do pai.

Edkins também é personagem na recente publicação Oscar: An Accident Waiting to Happen que relata o relacionamento de Pistorius com uma outra ex-namorada, Sam Taylor, através da perspectiva da mãe Patrícia, que narra suspeitas da filha de que Pistorius não havia rompido com Edkins enquanto estava com Taylor. O livro não faz nenhum favor a Pistorius, uma vez que descreve o atleta como um jovem homem profundamente violento e volátil que teve de convencer com lágrimas para conquistar uma medalha nos Jogos Paralímpicos de 2012.

O livro também reimprime um e-mail de seis páginas enviado por Pistorius para a família Taylor no meio de 2012 no qual escreve: "na maioria da minha vida adulta, eu tive momentos que sabotava as coisas boas que tinha". Taylor foi acusada de tentar lucrar com a participação de sua filha na vida de Pistorius, com Sunday Times da África do Sul ridicularizando o livro e o chamando de 'uma obra acidental do gênero cômico'.

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Mas aqueles que buscavam preencher a prateleira com trabalhos sobre Pistorius ficarão felizes. Dois títulos africanos já foram publicados com vendas que excediam a normalidade da indústria de publicação da África do Sul. A obra do jornalista britânico John Carlin Chase Your Shadow: The Trials Oscar Pistorius tem lançamento programado para dezembro. O livro foi modestamente elogiado por seu editor como "a mais marcante história do esporte que nunca foi contada". A mãe de Steenkamp, June, lança um livro em que apresenta sua própria versão da história em Pistorius trial in Reeva: A Mother´s Story - será publicada em novembro.

CONDENADO E AUTORHá indícios que o próprio Pistorius tem um livro pronto, mas foi publicação desconsiderada pelo agente do atleta por ser prematura. Se o juiz Thokozile Masipa enviar Pistorius para a cadeia na sentença que será proferida dia 13 de outubro, publicação pode ser colocada em espera, uma vez que a lei sul-africana proíbe que infratores obtenham lucro a partir de um crime enquanto estão na cadeia.

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