Luta pelas vagas finais foi bastante acirrada

Cuiabá e Campo Grande travaram disputa equilibrada

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

A briga mais acirrada, pelo menos nos bastidores, para a escolha de uma das sedes do Mundial de 2014 foi travada pelas candidaturas de Cuiabá e Campo Grande. Peças publicitárias, pressão política e promessas de investimento maciço de recursos públicos e privados na infraestrutura das cidades marcaram essa disputa. Brasília largou bem na frente entre as candidatas do Centro-Oeste e Goiânia ficou à reboque do embate entre a favorita Cuiabá e Campo Grande. Estas duas capitais tentaram nos últimos meses mostrar a relação de cada uma com o Pantanal, convictas de que o apelo ecológico seria um trunfo para a definição da segunda cidade da região a abrigar jogos no Mundial. O excesso de gastos com propaganda e as incursões políticas de personalidades de peso das duas capitais na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) incomodaram a cúpula da entidade. Por meio de assessores, o presidente da CBF, Ricardo Terra Teixeira, tratou de alertar que eventuais caravanas dessas e de outras cidades-candidatas para as Ilhas Bahamas poderiam soar como um desrespeito à Fifa. Mas não deixou claro se isso resultaria em alguma represália aos visitantes. Já no Norte do País, Manaus e Belém ofuscaram Rio Branco na luta por uma ?vaga? na Copa do Mundo de 2014. A Amazônia estará presente com pompa no evento e isso é voz corrente na CBF há alguns anos. Nas últimas semanas, a tendência de que Manaus será contemplada passou a ser mais considerada por quem analisou detalhadamente o caderno de encargos da Fifa. A capital do Amazonas estaria mais apta a receber os jogos. A força de Belém e sua importância política e cultural na região foram fortes apelos. Havia ainda um fator esportivo também. O local é muito mais conhecido nacionalmente, no futebol, do que Manaus. Mas, apesar de todo o esforço, a terra de Paysandu, Remo e do Mangueirão acabou ficando fora. Aos poucos, ficou evidente que outra cidade das 17 candidatas sairia de uma disputa também bastante equilibrada, envolvendo Florianópolis e Natal. Por tradição no futebol, a capital catarinense venceria a luta no primeiro round. Tem clubes com melhor estrutura, uma federação com peso político importante na CBF, etc. Mas isso acabou não influenciando a decisão. De acordo com fontes ouvidas pelo Estado, com acesso à comissão da Fifa encarregada formalmente de listar as 12 cidades, Natal ganhou status de favorita como provável sede principalmente por causa de sua relativa proximidade com a Europa, em comparação a Florianópolis. Aspectos turísticos também norteariam o voto da Fifa pela presença de Natal na Copa do Mundo, embora Florianópolis possua seus atrativos. A promessa de novos voos diretos da capital do Rio Grande do Norte para centros da Europa foi bem acolhida pelos inspetores da Fifa e pode ter definido a exclusão de Florianópolis da relação final. Nessa decisão, outro ponto prejudicou os catarinenses. Seus vizinhos da Região Sul, os de Porto Alegre e Curitiba, já estão lançando fogos de artifício há meses para festejar a escolha das duas cidades. Seria difícil imaginar que um país de dimensões continentais pudesse agraciar todos os Estados de apenas uma região, numa desproporção que saltaria aos olhos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.