Mano Menezes criticou, ontem, a preparação do Brasil nos últimos anos, o esquema tático defensivo de Dunga e as próprias escolhas de amistosos da seleção até sua chegada. Na véspera de seu primeiro jogo em 2011, Mano deixou claro: ainda busca jogadores para a seleção, principalmente para a armação. O jogo de hoje marca o início de um ano complicado e decisivo para o treinador. O Brasil enfrenta hoje a França, joga a Copa América em julho e ainda realiza amistosos contra Holanda e Alemanha. "Não podemos ter ilusões e levar essas ilusões para a Copa de 2014. Depois temos um rotundo fracasso. Precisamos de adversários fortes e situações extremas para avaliar até que ponto evoluímos", declarou. "Não vejo vantagem em se preservar (de resultados negativos) e não fazer o que tem de ser feito", prosseguiu. "O risco pode ser maior agora. Mas esses riscos precisam ser enfrentados", disse. Antes da Copa de 2010, Dunga enfrentou equipes como Estônia, Tanzânia e Zimbábue. Mano acredita que o esquema tático usado contra equipes mais fracas, como Irã e Ucrânia, agora deve ser testado contra as grandes seleções. "Só assim veremos se temos uma equipe competitiva ou não." A falta de adversários fortes não foi a única crítica em relação à forma como a seleção se preparou para a Copa de 2010. "Podemos voltar a jogar de forma mais ofensiva e propor mais o jogo, algo que ficou distante anteriormente", afirmou. Para Mano, a capacidade de se ter mais iniciativa em campo dependerá da confiança que, segundo ele, virá com os resultados. A seleção de Dunga havia sido duramente criticada por seu estilo defensivo e pouco criativo. Mano não esconde que ainda não tem em campo seu homem que vai liderar e armar a equipe. "Procuramos mais opções. Sabemos que jogadores como Kaká e Ronaldinho têm trajetórias confiáveis e que podem servir à seleção. Mas precisamos encontrar outros, já que as cartas que temos hoje podem não estar disponíveis para 2014." Segundo o treinador, a seleção tem entre 70% e 80% de sua base já estabelecida.Ontem, ele esteve com Andrés Sanchez, presidente corintiano, que está em Paris para tratar de assuntos de seu clube.