Maratona: Vanderlei deve depor na Suíça

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Por Agencia Estado
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O maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima poderá ser convocado para audiências na Suíça para defender seu caso perante juizes internacionais. A informação é do Tribunal Arbitral do Esporte, com sede na cidade suíça de Lausanne. A entidade confirmou nesta segunda-feira que recebeu do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) um pedido para a abertura de um processo contra a Associação Internacional de Federações Atléticas pelo incidente que tirou a vitória do brasileiro na maratona da Olimpíadas de Atenas. Segundo um comunicado emitido pela entidade, o caso poderá levar até quatro meses para ser julgado. O comunicado ainda afirma que o pedido do COB é para que uma medalha de ouro seja dada ao maratonista brasileiro, sem que o vencedor da prova, Stefano Baldini, fique sem sua medalha. A medalha de prata também seria mantida para o americano Mebrahtom Keflezighi, segundo a proposta do COB. O Tribunal Arbitral do Esporte, na Suíça, seria na prática a última tentativa legal disponível para que Vanderlei e o COB consigam reverter o resultado da maratona. Teoricamente, as partes envolvidas no caso poderiam recorrer da decisão do Tribunal, o que levaria a disputa para a Corte Suprema da Suíça. Matthieu Reeb, secretário-geral da entidade, porém, alerta ao Estado que até hoje apenas seis casos chegaram à Corte Suprema e nenhum dos laudos arbitrais contestados foi revertido. "Dificilmente uma decisão de nosso tribunal é revertida", afirmou. Segundo Reeb, três árbitros serão agora escolhidos para avaliar a situação. O Brasil, por ser parte interessada no processo, teria direito a apontar um dos três árbitro. A escolha, porém, teria de ser feita a partir de uma lista de 250 possíveis juizes indicados pela Corte. Já a Federação de Atletismo terá o direito de escolher o segundo árbitro. O terceiro juiz será selecionado pelo próprio Tribunal. Em uma primeira fase, as duas partes terão 20 dias para submeter seus argumentos completos aos árbitros. Uma audiência em Lausanne ocorreria então para ouvir as partes e seria nesta ocasião que os árbitros poderão pedir a presença de Vanderlei. "O maratonista poderá ter que explicar aos árbitros o que lhe ocorreu. Há, obviamente, a possibilidade de que ele envie seus advogados. Mas pela importância do caso os árbitros podem pedir que ele mesmo compareça", explicou Reeb. Haveria ainda tempo para que contra-argumentos sejam apresentados, tanto por concorrentes de Vanderlei Cordeiro de Lima, pelos organizadores da prova como pela Federação de Atletismo. Em quase vinte anos de existência, a Corte já julgou cerca de 700 casos. Apenas 50 deles, porém, foram disputas que ocorreram em eventos olímpicos. Reeb não esconde que o caso receberá um atenção "particular" do Tribunal.

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