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Marizete sabe que será difícil se inocentar

Por Agencia Estado
Atualização:

A fundista Marizete Rezende confirma que usou Eritropoietina (EPO), substância proibida pela Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF), por indicação médica, para tratar de uma anemia, e não para melhorar o desempenho nas corridas. "Tinha consciência de que meu problema de saúde envolvia anemia em razão da grande perda de sangue no período menstrual. Vinha fazendo tratamento havia alguns anos, mas o problema se agravou e a intervenção médica se fez necessária. Foi quando iniciei o tratamento com a substância. Avisei o médico que eu era atleta. Ele me informou que a quantidade da substância seria baixa, o que não influenciaria meu desempenho", contou ela, em entrevista nesta quarta-feira. Segundo o regulamento da IAAF, porém, Marizete é ré confessa. Gabriel Dollé, oficial Antidoping da entidade, confirmou que a corredora deveria ter pedido autorização prévia para usar EPO para tratamento médico. Como doping, essa substância aumenta a capacidade de oxigenação dos músculos, melhora a resistência e o desempenho físico. "Infelizmente, eu não sabia que tinha de pedir autorização. Sempre soube que poderia tomar remédios proibidos desde que com orientação médica. Assim procedi, sendo que a ingestão da substância se fazia necessária para a manutenção da minha saúde, jamais para ganho de desempenho", disse a atleta de 29 anos, 10 de carreira, vencedora da São Silvestre de 2002. Marizete vai apresentar defesa ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva da Confederação Brasileira de Atletismo, mas tem consciência de que poderá ter dificuldades para provar sua inocência. "Sou inocente, não tive intenção de obter vantagem ilícita. Jamais fraudei o esporte. Daí a provar isso é difícil. Está a cargo do meu advogado, que estuda o caso e, certamente, fará o possível para me inocentar ou, pelo menos, atenuar minha pena, caso eu não consiga provar inocência absoluta." O exame, que teve resultado positivo nas amostras A e B, analisadas em um laboratório de Paris, foi feito após sua vitória na Meia Maratona do Rio, em 31 de agosto de 2003. Marizete disse que havia sido medicada com EPO 13 dias antes, mas não relatou o fato à médica que fez o antidoping porque a especialista solicitou que listasse o que havia usado nos últimos cinco dias. O caso será julgado no STJD e o resultado encaminhado, via IAAF, à Corte Superior Arbitral do Comitê Olímpico Internacional. Se inocentada, a atleta terá de ver o resultado confirmado pela entidade. Se condenada, ainda poderá recorrer.

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