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Marroquino vence maratona em Helsinque

Por Agencia Estado
Atualização:

O fundista Marílson Gomes dos Santos ainda é um aprendiz na maratona - correu a quarta prova da carreira de 42 km e 195, seu primeiro Mundial de Atletismo em Helsinque, hoje, e foi o brasileiro mais bem colocado. Vanderlei Cordeiro de Lima abandonou no quilômetro 30, por causa de uma contratura na coxa direita. Marílson chegou em 10.º (2h13min40) entre os 96 corredores que largaram para a prova. "Estou aprendendo. E aqui aprendi que, nesse tipo de competição, Mundial e Olimpíada, nem sempre os favoritos vencem. Pode acontecer de tudo", disse Marílson. Observou que o percurso "foi muito duro", com piso de paralelepípedo e trilhos de bonde, subidas e descidas constantes e muitas curvas. "Um percurso muito quebrado", avaliou, sobre o loop fechado de 10 quilômetros, onde foram dadas três voltas e meia (35 km). Nem o japonês Toshinari Takaoka, nem o italiano campeão olímpico Stefano Baldini, nem o brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima..., corredores citados nas previsões. Mas ganhou a Maratona do Mundial de Atletismo, hoje, o campeão da edição de Paris (2003). O árabe marroquino Jaouad Gharib (2h10min10) foi bicampeão mundial da prova num pódio internacionalizado, com o africano da Tanzânia Christopher Isegwe, em segundo (2h10min21), e o japonês Ogata Tsuyoshi, em terceiro (2h11min53). Gharib, que liderou desde o quilômetro 30, agradeceu o povo finlandês que foi para as ruas da cidade apoiar os maratonistas. Por equipes, classificação válida para a Copa do Mundo de Maratona, as medalhas de ouro, prata e bronze, foram ganhas pelo Japão (6h38min39, somados os tempos dos três melhores corredores), Quênia (6h46min38) e Etiópia (6h52min14). O Brasil ficou em quinto (6h57min57). Além do tempo de Marílson, foram consideradas as marcas de André Ramos, o 33.º (2h21min06), e de Claudir Rodrigues, 41.º (2h23min11). Clodoaldo da Silva foi 49.º (2h25min02). Apesar de não ter concluído sua segunda maratona no ano - também parou em Lake Biwa (JAP) por causa de dor no baço - Vanderlei foi cercado pela imprensa internacional na zona mista do Estádio Olímpico. Lamentou a contratura. Disse que "tinha peito" para ir longe. "Eu senti a dor no quilômetro 20, achei que ia passar, fui até o 30, onde estava a ajuda médica do Brasil, pensando em terminar, mas não deu", disse o fundista, que só volta a correr outra maratona em 2006, em fevereiro, em Tóquio. Vanderlei, que passou cinco semanas treinando na altitude de Paipa, na Colômbia, também lamentou o fato de ter passado dois dias viajando de Bogotá a Helsinque por um problema de cancelamento de um vôo da companhia aéra. "Com esse atraso e o fuso horário, dormi muito mal nos últimos dois dias", justificou. "Estou de cabeça erguida, sei que fiz um trabalho bem feito, mas mais uma vez tive problemas." O brasileiro chegou a correr ao lado do italiano Stefano Baldini - ambos marcando-se individualmente - em Helsinque, Baldini voltou a dizer que ganharia a maratona da Olimpíada de Atenas, tivesse ou não Vanderlei sido empurrado pelo ex-padre irlandês. Baldini também não completou a prova. Marílson, de 28 anos, que treina com o técnico Adauto Domingues, estava feliz com o resultado. "Foi o meu primeiro Mundial e essa é uma excelente colocação numa prova como essa, que foi muito dura - pode ver, ninguém chegou inteiro." Marílson disse que se depender dele - deve conversar com o seu técnico sobre o assunto - só correrá outra maratona em 2006, uma prova mais rápida, para buscar melhorar sua marca individual. Esse ano ainda quer correr a São Silvestre (foi campeão em 2003). Marílson ia telefonar para a mulher Juliana, corredora de 800 m e 1.500 m, no Brasil, para dizer que estava bem. "Ela fica preocupada. Vou dizer que não foi dessa vez, ainda terá de me aguentar por algum tempo..."

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