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Marta, a estrela maior nos EUA

Liga nacional começa hoje com a melhor do mundo em campo

Por Amanda Romanelli
Atualização:

Após um hiato de seis anos, a pátria de chuteiras (femininas) retoma seu campeonato nacional. Às 19 horas de Brasília, 15 horas em Los Angeles, o Home Depot Center será o palco da primeira partida da Women?s Professional Soccer (WPS) - em bom português, o Campeonato Americano Feminino de Futebol. O jogo inaugural será realizado, obviamente, em grande estilo - na festa de abertura haverá um desfile e o pontapé inicial será dado por Mia Hamm, maior jogadora da história dos Estados Unidos. Terá em campo, também, ninguém menos do que Marta, estrela do time da casa, o Los Angeles Sol, que enfrentará o Washington Freedom, única das sete equipes que não tem brasileiras no elenco. Marta, obviamente, é a principal estrela da competição - assim como foi Pelé no Cosmos, no campeonato masculino da década de 70, e David Beckham no Galaxy dos dois últimos anos. Mas a melhor do mundo lidera uma invasão brasileira nos gramados americanos: outras oito atletas, como Cristiane e Daniela Alves, atuarão na liga. O técnico Jorge Barcellos, que dirigiu a seleção principal, tem contrato com o Saint Louis Athletica até 2013. E Sissi, craque da era pré-Marta, será assistente técnica do Gold Pride, de San Francisco. Barcellos admite a empolgação com o torneio. "A estrutura de trabalho é comparável ao do futebol masculino no Brasil", explicou o técnico ao Estado, por telefone, de Saint Louis. Sua equipe é associada à universidade local e trabalha com uma rede de escolinhas que integram 1.500 times - sim, times, de meninos e meninas - espalhados pelos Estados de Illinois e Missouri. "O assédio é enorme. Fizemos um treino em que umas 500 crianças acompanharam. E não há dia em que as garotas deixem de dar autógrafos." TORNEIO PÉS NO CHÃO Os EUA retomam o profissionalismo no futebol feminino com uma proposta realista. Alguns times são associados a universidades, outros a clubes do futebol masculino. Não esperam, no primeiro ano, público maior do que 5 mil pessoas. Além de estarem no epicentro da turbulência econômica, os americanos querem esquecer a frustrante experiência encerrada em 2003. Naquele ano, acabava a primeira liga feminina após três temporadas. "Ficamos cegos diante da exuberância do Mundial de 1999. Acreditávamos que aquilo poderia acontecer num torneio nacional. Agora, reavaliamos nossas expectativas", admite Tonya Antonucci, principal dirigente da WPS. Naquele ano, a vitória dos EUA na final contra a China, nos pênaltis, foi vista por 90.185 pessoas no Rose Bowl, em Pasadena. O torneio atraiu até estrelas estrangeiras, como a meia-atacante inglesa Kelly Smith, que deixou o Arsenal para atuar no Boston Breakers. Há um teto para os salários anuais: US$ 32 mil (R$ 73 mil). A liga, porém, tem contrato exclusivo com a Puma, para fornecimento de material esportivo, e transmissão ao vivo dos jogos no canal de futebol da Fox aos domingos. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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