Maurren mostra fôlego de celebridade

Assédio de jornalistas não deixa atleta dormir

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Por Redação
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A o esforço de Maurren Maggi para ganhar a medalha de ouro soma-se o desgaste que a atleta sofreu após se tornar campeã olímpica do salto em distância. Nos últimos dois dias foram poucas as horas de sono e uma quantidade interminável de entrevistas. TVs, rádios, jornais e sites do mundo todo a procuraram para que ela contasse a história de sua vida. "Desde a medalha só consigo cochilar." Na madrugada seguinte à conquista, Maurren foi dormir às 4h30 e já estava em pé antes das 6h. Feliz, apesar de cansada, Maurren não acredita que o desgaste possa atrapalhar no desfile de encerramento amanhã, quando será a porta-bandeira brasileira. "Quando vi o Scheidt (Robert, iatista) carregando na cerimônia de abertura fiquei bastante emocionada, pois ele é uma pessoa que merece. Tenho certeza de que a emoção será enorme." Quanto ao fato de ter-se tornado uma celebridade, Maurren afirmou que não vai mudar o estilo de vida. "Continuarei a ser a mesma pessoa. Não vou deixar de ir ao shopping." Na coletiva logo após a prova, demonstrou simpatia e simplicidade ao falar com o pai pelo telefone. "Não esquece de preparar a picanha", disse. Na entrevista na Casa Brasil, na manhã de ontem, Maurren voltou a dedicar a conquista ao ginasta Diego Hypólito. "Ele é uma pessoa muito carinhosa. Fizemos uma amizade muito grande na Vila Olímpica e fiquei muito triste quando ele falhou na sua prova." NOVA CASA A melhor saltadora em distância dos Jogos de Pequim explicou o motivo pelo qual pegou uma bandeira chinesa, juntamente com a brasileira na volta olímpica no Ninho de Pássaros. "A China é minha nova casa. Sempre dei muita sorte aqui. Em 2001, fui campeã mundial universitária. Sou grata por tudo", contou. O atletismo brasileiro esperou por 24 anos pela medalha de ouro de Maurren Maggi. Um complexo para treinamentos e competições de alto nível está sendo construído em Bragança Paulista para que novos atletas com potencial olímpico sejam forjados para que o jejum não se repita. A inauguração da pista está prevista para até o fim do ano e o complexo receberá, em 2009, o Centro de Alto Nível da IAAF (Associação Internacional das Federações de Atletismo) para a América do Sul. "O Brasil já é considerado referência nos saltos horizontais (triplo e em distância). Com o Centro de Referência vamos nos preparar ainda mais e a possibilidade de melhores resultados vai aumentar bastante", disse o técnico Nélio Moura, que orienta os campeões olímpicos Maurren Maggi e o panamenho Irwing Saladino, do Panamá. Maurren afirmou que espera mais apoio financeiro para o atletismo, após sua conquista em Pequim. "Tive a oportunidade de me preparar muito bem, mas sempre fica faltando alguma coisa. O atletismo voltou a brilhar."

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