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Maya Gabeira revela vontade, mas diz não ter talento para tentar vaga olímpica

Especialista em ondas gigantes, ela acredita ter poucas chances de competir com atletas focadas em ondas menores

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Mais famosa surfista do Brasil, Maya Gabeira admite que a entrada do surfe no programa olímpico a fez cogitar entrar no Circuito Mundial tradicional. Mas a especialista em ondas gigantes avalia que teria poucas chances de competir com atletas focadas em ondas menores na tentativa de buscar uma vaga olímpica.

"Olha, eu posso até ter vontade, mas não tenho talento. Eu não tenho condição agora de mudar de esporte praticamente. Porque o surfe de onda grande é outra coisa", disse a surfista de 32 anos, em entrevista ao Estado em evento do prêmio Laureus, em Berlim.

Maya Gabeira, surfista Foto: Boris Streubel/Laureus

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Maya é especialista na modalidade "Tow-in surfing", em que o atleta é rebocado por uma moto aquática para alcançar as ondas gigantes, às vezes em alto mar. "Eu me dediquei muito à disciplina que é o 'Tow-in surfing'. Ali você aprende a surfar com a ajuda do jet-ski em onda gigante, aprende a surfar com alça."

Os anos na modalidade, na avaliação de Maya, praticamente inviabilizam seu retorno ao surfe mais tradicional. "São muitas variáveis que tiraram muitos anos do meu foco do surfe de pranchinha, de competição em ondas manobráveis, de alta performance. Eu não teria agora, com 32 anos, a menor condição de voltar atrás e botar todo este tempo na outra disciplina, que é o surfe de competição de alta performance em ondas não gigantes."

Neste ano, nos Jogos de Tóquio, o surfe vai integrar o programa olímpico pela primeira vez. O Brasil terá duas representantes na disputa no Japão, em julho: Silvana Lima e Tatiana Weston-Webb. Esta é nascida em Porto Alegre, mas tem pai norte-americano e, por isso, é dona de dupla nacionalidade.

Acompanhando de fora, Maya acredita nas boas chances das brasileiras em brigar por uma vaga no pódio. Mas prevê que o caminho será complicado. "É difícil. O nosso nível é alto. A Silvana é uma excelente surfista, mas já é uma surfista que vem de outra geração. Já vemos uma geração mais nova, talvez com um pouco demais de vantagem, como a (americana) Carissa Moore e a (australiana) Tyler Wright."

"A Tati é fenomenal, uma excelente surfista. Ela é muito top quando se fala de uma onda bem específica, que é uma esquerda tubular. Acho que ela é uma das melhores do circuito nesta onda. Mas não sei qual vai ser a condição das ondas no Japão. Acho que as duas têm chances, mas tem meninas de outros países que estão um pouco à frente. A Tati foi representar o Brasil até para ter essa possibilidade de garantir, de fato, a vaga olímpica. Nos EUA, ela teria um pouco mais de dificuldade. Ou seja, ela já vê ali duas meninas um pouco acima dela. Vai ser difícil", avalia Maya.

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