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Medicina dos bosquímanos é usada por laboratórios

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Por Redação
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O advogado dos bosquímanos, Roger Chennells, teve na sexta-feira uma reunião com o Conselho para a Pesquisa Científica e Industrial (Scir), subordinado ao Ministério de Ciência e Tecnologia, e saiu animado. "Eles estão conduzindo várias linhas de investigações, para desenvolver produtos tanto alimentícios quanto medicinais", disse Chennells. Os alimentos são para emagrecer e os remédios mais promissores, para diabetes e problemas gástricos. O Scir detém a patente da hoodia desde os anos 60. O órgão autorizou o laboratório inglês Phytopharma a desenvolver alimentos dietéticos baseados na planta, enquanto determinava como repassar os royalties aos bosquímanos. Em 2000, o Scir concluiu que os bosquímanos estavam extintos, e não era necessário remunerá-los, conta Andries Steenkamp, presidente do Conselho San da África do Sul. As lideranças reagiram, e em 2001 foi fechado um acordo numa pousada de safári de Andriesvale, pelo qual os royalties seriam pagos aos bosquímanos reconhecidos na África do Sul, Namíbia, Botsuana, Angola, Zâmbia e Zimbábue. Steenkamp conta que o seu Conselho recebeu 250 mil rands (US$ 33,3 mil) de adiantamento. Com esse dinheiro, ele tem arcado com as despesas do Conselho, e comprou 8 bodes e cabras para 10 famílias de bosquímanos e outros 20 carneiros e ovelhas para 40. Mas esses rebanhos desapareceram, conta Steenkamp. "Essas pessoas não tinham nada, e foram vendendo os animais, até acabar tudo."A Phytopharma tentou desenvolver milkshakes dietéticos, mas descobriu que faziam mal, relata Steenkamp. "Nós sabíamos que não daria certo, porque não se pode misturar hoodia com leite." Então, em 2008, o laboratório repassou o projeto para a Unilever - que por sua vez também desistiu.

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