Médico de Marizete diz que receitou EPO

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Por Agencia Estado
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O médico Júlio César Soares Barreto, especialista em nefrologia, confirmou, nesta quarta-feira, que receitou Eprex, hormônio que contém a substância Eripropoietina (EPO) para combater uma anemia refratária na fundista Marizete de Paula Rezende. A anemia profunda foi originada por sangramento menstrual que não cessava e, segundo o médico, afetou o bem estar de sua paciente. "Esse medicamento é muito conhecido e, geralmente, é fornecido pelo governo federal para pacientes de hemodiálise", disse o médico. "Não sou fisiologista, não trabalho em medicina desportiva, não olhei para o regimento esportivo e sim para o ser humano que se chama Marizete", justificou o médico Júlio César. Segundo afirmou, o tratamento da fundista com EPO teve início no dia 30 de junho do ano passado, em São João da Boa Vista, no interior de São Paulo, onde ele morava e dirigia uma clínica. O tratamento teve continuação em Goiânia, para onde ele se mudou recentemente, após uma breve passagem pelo estado de Tocantins. "Na Marizete foram utilizados vários tratamentos e terapias (para combater a anemia profunda)", disse o médico Júlio César. "Como não houve melhora, passamos a utilizar este medicamento, empregado no tratamento de anemias muito graves." O distúrbio menstrual levou novamente Marizete até o médico, quando ele passou a morar no Tocantins. "Ela me procurou, disse-me que se sentia mal, o tratamento não surtia efeito, ganhava provas, mas sentia-se muito mal", disse Júlio César. "Eu sabia que (a EPO) era uma medicação condenada para uso desportivo, mas não atentamos para este fato", disse ele, lembrando que tomaram a decisão de tomar EPO conjuntamente. "O medicamento foi utilizado para melhora da paciente e procurei o seu bem estar físico, psíquico e social." O médico relatou ainda que Marizete de Paula Rezende comunicou, em todas as provas que participou, estar utilizando o medicamento. "Na hora de fazer o exame antidoping, ela comunicou a todos", garante o médico Júlio César. "O problema é que há muito preconceito e coloca-se no mesmo saco a cocaína, a maconha e a EPO que, na verdade, é muito utilizada," Ele explicou ainda que a anemia do tipo que acometeu Marizete ocorre em pacientes de câncer, de aids ou de hemodiálise. No caso de Marizete, ela apresentava dificuldades para respirar, por problemas nasais. Sua ficha médica também aponta que, quando foi encaminhada para o tratamento hormonal, também sofria de apatia, anemia e verminose. E seu quadro clínico era muito parecido como o que os médicos chamam de "Jeca Tatu".

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