Publicidade

''Meio ouro é do Brasil'', diz Saladino

PUBLICIDADE

Por Eduardo Maluf e Wilson Baldini Jr
Atualização:

O Brasil não conquista uma medalha de ouro no atletismo desde Los Angeles-1984, com Joaquim Cruz nos 800 metros. O País pode, agora, considerar o jejum terminado. Pelo menos parcialmente. Irving Saladino garantiu o topo do pódio no salto em distância, ontem, com a marca de 8,34 m, e dedicou metade de seu ouro para os brasileiros. Saladino, de 25 anos, nasceu em Colón, no Panamá, mas vive desde 2004 em São Paulo, onde é treinado por Nélio Moura.Mora no Ibirapuera, em apartamento alugado, e até pouco tempo atrás namorava a saltadora pernambucana Keila Costa. "A medalha é metade do Panamá e metade do Brasil", declarou, sorridente. O triunfo é histórico para seu país. Até ontem, o Panamá só tinha dois bronzes, conquistados em 1948 por Lloyd LaBeach, que chegou em terceiro nas finais dos 100 e dos 200 metros rasos. "Disseram-me que decretaram feriado no Panamá por causa da minha vitória, que há carros na rua e muita festa", disse Saladino, orgulhoso. "Nem imagino como vai ser quando eu chegar lá." Saladino, atual campeão mundial, se diz adaptado a São Paulo, embora considere a cidade "muito agitada". Sua intenção é ficar no Brasil até a Olimpíada de Londres-2012 e, em seguida, encerrar a carreira. "Nossa vida é de sacrifício, sinto dores e tive lesões recentemente", disse o atleta. "Foi emocionante", afirmou o treinador Nélio. "O Saladino tem grande potencial e mereceu o ouro." A comemoração será primeiro no Panamá e depois no Brasil, onde retomará o trabalho. Saladino foi acompanhado no pódio por Khotso Mokoena, da África do Sul, e Ibrahim Camejo, de Cuba. "A medalha de ouro olímpica vale muito mais que o título mundial", afirmou o eufórico panamenho. Seu próximo objetivo é quebrar o recorde mundial, pertencente ao norte-americano Mike Powell (8,95 m).

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.