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Michael Johnson anuncia aposentadoria

Grande estrela do atletismo nos últimos anos, o velocista norte-americano deixa as pistas aos 33 anos, depois de 5 ouro olímpicos, 9 ouros em Mundiais e de posse de 4 recordes mundiais.

Por Agencia Estado
Atualização:

Milionário e completamente realizado, o velocista norte-americano Michael Johnson, legítimo herdeiro das glórias de outras duas legendas do esporte mundial, Jesse Owens e Carl Lewis, anunciou nesta sexta-feira, numa videoconferência em Dallas, o fim de sua carreira de atleta. Aos 33 anos, o ganhador de cinco medalhas de ouro olímpicas e de nove primeiros lugares em Campeonatos Mundiais diz que simplesmente resolveu parar. "Não tenho mais objetivos alcançáveis", resume Johnson, recordista mundial dos 200 e dos 400 metros rasos, com as inacreditáveis marcas de 19s32 e 43s18, respectivamente. "Não estou deixando o esporte por causa de lesões ou por problemas de contrato", garante o texano, a grande estrela da Olimpíada de Atlanta, em 1996, quando ganhou duas medalhas de ouro - a primeira vez que um atleta ganhou os 200 e os 400 metros. "Já conquistei tudo o que tinha de conquistar." A decisão de deixar as competições vem sendo amadurecida desde o ano passado, quando ele anunciou que havia disputado a última olimpíada de sua carreira, em Sydney. Em maio, Michael Johnson decidiu não participar das seletivas norte-americanas para o Mundial do Canadá, que será realizado em agosto. Agora, com a mãe doente, resolveu cancelar a sua participação em uma série de competições na Europa. "Vou sentir falta dos torneios, mas tudo o que aspirei nas pistas eu consegui." Recordes - Ao mesmo tempo em que anuncia com serenidade a sua aposentadoria, Michael Johnson garante estar tranqüilo com a sobrevida de seus recordes. "Não vejo ninguém no cenário mundial que possa correr os 200 metros em 19 segundos ou os 400 em 43 segundos", comenta, sem modéstia. "Só uma verdadeira estrela poderia fazer isso e, agora, ela não existe. Um dia, porém, eu sei que os recordes serão batidos." Os bons resultados nos meetings internacionais e as conquistas nos eventos oficiais transformaram Michael Johnson num dos atletas mais bem pagos do mundo. Além de cachês altíssimos - US$ 50 mil por uma prova de 20 segundos -, o corredor tem um contrato de US$ 12 milhões com a empresa norte-americana de material esportivo Nike. Em troca do contrato, ele divulgou a marca como ninguém. Em Atlanta, chamou a atenção ao correr com sapatilhas douradas. Em Sydney, repetiu a dose, mas com requintes: a sapatilha utilizada foi confeccionada especialmente para ele, com fios de ouro. Formado em Marketing pela Universidade de Baylor, Michael Johnson é o representante ideal da velocidade combinada. Foi capaz de correr os 100 metros em 10s09, os 200 em 19s32, os 300 em 30s85 (recorde mundial), os 400 ao ar livre em 43s18 e os 400 em pista coberta em 44s63 (também recorde mundial). A carreira de um vencedor também tem decepções. A maior delas ocorreu na Olimpíada de Barcelona, em 1992. Com uma séria infecção intestinal, ele não teve condições de treinar direito às vésperas da competição. Com cinco quilos a menos do que o seu peso normal, foi eliminado nas semifinais dos 200 metros. Despedida - A última prova de Michael Johnson nos Estados Unidos foi disputada na Filadélfia, no dia 29 de abril, quando fez parte de uma equipe de revezamento 4 x 400 metros rasos. Para fechar definitivamente a sua carreira, ele pretende correr outra prova de revezamento nos Jogos da Amizade, que estão marcados para setembro, na cidade australiana de Brisbane.

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