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Ministro do Esporte admite 'não entender profundamente' da área

Recém-empossado, George Hilton explica não ter familiaridade com a pasta, mas garantiu usar da habilidade política e procurar diálogo

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Foto do author Beatriz Bulla
Por Beatriz Bulla
Atualização:

Alvo de críticas da comunidade esportiva e vaiado ontem durante cerimônia de posse no Palácio do Planalto, o novo ministro do Esporte, George Hilton, assumiu a pasta oficialmente nesta sexta-feira (2) em evento esvaziado de atletas e também de representantes do primeiro escalão do governo. O deputado federal do PRB usou seu discurso para se defender de ataques, mas admitiu não ser familiarizado com o assunto e "não entender profundamente" da área.

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"Gostaria de tranquilizá-los para dizer: posso não entender profundamente de esportes, mas entendo de gente. Eu sei ouvir as pessoas, sei dialogar", disse o novo ministro, prometendo usar a habilidade política para gerir a pasta. Hilton é radialista, apresentador de televisão e animador. "As críticas não me abatem, me impulsionam a empurrar a mim mesmo a realizar proezas."

Aldo Rebelo (PCdoB), que passou nesta manhã o cargo a Hilton, minimizou a falta de familiaridade do sucessor com a pasta destacando a experiência da equipe técnica. As críticas ao nome do novo ministro, disse Rebelo, são "parte da democracia".

Aldo Rebelo passou o cargo no Esporte para George Hilton Foto: André Dusek/Estadão

Diante da ausência de outras personalidades do mundo do esporte, Hilton quebrou o protocolo e pediu que o jogador de vôlei de praia Emanuel, presente no evento, subisse ao palco. Emanuel é casado com a ex-jogadora Leila, filiada ao PRB. A plateia era composta por servidores do ministério, representantes de confederações esportivas e políticos. A ministra de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, chegou nos 10 minutos finais do discurso de Hilton.

Ligado à Igreja Universal, Hilton garantiu que sua "fé religiosa grande e inquebrável" não será obstáculo para a condução do Ministério.

Alinhado com o discurso do governo federal, Hilton destacou avanços dos últimos doze anos na questão social e defendeu a "democratização" do esporte e seu uso como instrumento de inclusão. "Eu vou dar atenção especial ao esporte social, ao esporte inclusão, educacional e comunitário", disse Hilton, mencionando o programa Atleta na Escola, com atividades para alunos de ensino médio.

O novo ministro disse que a tônica da sua gestão será o esporte de base e prometeu trabalho intenso pela prorrogação da Lei de Incentivo ao Esporte, que vence em 2015. Ele afirmou ainda que, nos próximos dias, irá tratar com a Casa Civil da questão da dívida de clubes de futebol e prometeu se empenhar para valorizar o futebol feminino.

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O apoio às equipes que irão disputar os jogos olímpicos e paraolímpicos de 2016, segundo ele, será mantido, com continuidade dos programas Bolsa Pódio e Bolsa Atleta. Também será mantido o programa de controle de dopagem."Estou assumindo não só o compromisso de manter o que muito bem tem sido feito nesse ministério, mas especialmente de aperfeiçoar, ampliar e democratizar tudo o que vem sendo feito dentro do esporte", disse.

Hilton se recusou a dar entrevistas ao final do evento de transmissão do cargo e recebeu cumprimentos de convidados em uma sala reservada, sem presença da imprensa.

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