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Mistérios de um GP

Grand Prix

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Por Redação
Atualização:

Às vésperas da decisão do campeonato, a Fórmula 1 enfrenta dúvidas que não são habituais. A primeira é saber se a McLaren vai tratar Hamilton e Alonso com igualdade. A segunda é saber qual o destino de Alonso depois que descer do carro da McLaren ao final da corrida de Interlagos, seja qual for o resultado. Para tentar desfazer a primeira dúvida, tanto a McLaren quanto a Mercedes-Benz usam como garantia os 12 anos de parceria para prometer igualdade de carro, motor e tratamento aos dois pilotos. Já o destino de Alonso tem muitas pistas, sendo difícil decifrar qual a mais clara. Depois do tal pré-contrato com a Ferrari, que muita gente garante estar assinado desde o começo de setembro - antes da punição da McLaren na FIA -, agora se fala de outro pré-contrato de três anos com a Renault, que Alonso teria assinado depois de conhecer o projeto do novo carro de 2008 apresentado a ele por Flavio Briatore e Pat Symonds. E tem ainda a proposta de 70 milhões de dólares da Toyota. Tudo isso e mais a opinião de quem acha que Alonso deve ficar parado em 2008 para, finalmente, assumir a Ferrari em 2009, o que teria sido alinhavado por Bernie Ecclestone a pedido de Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari. Nesta disputa entre Hamilton e Alonso, de uma coisa eu não tenho dúvidas. Apesar da forte colônia espanhola no Brasil, a torcida por Hamilton em Interlagos vai ser maior . É um mero palpite, mas vejo assim por várias razões: o bate-boca que Massa teve com Alonso quando os dois se preparavam para o pódio de Nurburgring, as imagens em que Hamilton aparece constantemente brincando carinhosamente com Massa, o estilo de garoto bom e talentoso, que pode ser o primeiro estreante a ganhar o título, e mais o capacete amarelo com detalhes em azul e verde, que lembra muito o de Ayrton Senna, por mais que Hamilton já tenha explicado que é apenas coincidência. E lá vem o GP do Brasil com a sua sorte habitual. Quando tudo levava a crer que, desta vez, o título seria decidido fora de Interlagos, o Hamilton e a McLaren deram uma mãozinha. O piloto, pelo seu cego desejo de vencer a corrida da China a qualquer custo, e a equipe, ainda mais culpada, por não exercer a obrigação de administrar os impulsos de um jovem que, sem dúvida, sabe mais do que muita gente boa que passou pela F-1, mas ainda não teve tempo de aprender a controlar seu enorme talento. Isso aconteceu, mais de uma vez, com Senna na época em que o piloto era obrigado a dosar o acelerador para não ficar na pista sem gasolina. Enquanto aguardo a semana mais atribulada do ano, dou uma chegada a Buenos Aires, onde, neste domingo, começa o playoff da Stock Car. O equilíbrio entre os 10 finalistas é maior do que no ano passado, e está chovendo na capital argentina. Desta vez a corrida será no circuito 9, que tem mais curvas do que aquele perigoso anel externo dos dois últimos anos. Seis dos dez finalistas correram na semana passada na TC-2000 argentina para conhecer o novo circuito. O playoff é um torneio curto de quatro etapas em que esses dez finalistas lutam contra todos os outros 37 pilotos do grid. Quem não está na briga pelo campeonato, corre sem pressão e, portanto, é mais difícil um desses dez classificados vencer uma corrida. O próprio Cacá Bueno, atual campeão, teve quatro vitórias durante o campeonato do ano passado, mas nenhuma no playoff. Nesta fase quem mais venceu foi Ingo Hoffmann, que não estava entre os dez. Este ano ele está.

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