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Morumbi fora da abertura e da Copa

Fifa entende que projetos de reforma não são suficientes e exclui estádio da competição

Por Silvio Barsetti e do Rio
Atualização:

Veto. Problemas técnicos no projeto inviabilizaram indicação do Morumbi para a Copa de 2014

 

A polêmica sobre a utilização do Estádio do Morumbi no Mundial de 2014 está chegando ao fim. Na quinta-feira, o secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, vem ao Brasil, em caráter de urgência, para definir o papel do estádio do São Paulo na Copa. Vai trazer na bagagem uma informação contundente: o Morumbi não receberá a partida de abertura da competição e nenhuma outra. Está fora da Copa.A revelação foi feita ontem ao Estado por um alto executivo da Fifa. Insatisfeito com os projetos de reformas do Morumbi apresentados pela direção do clube desde o ano passado - apesar de ter feito alguns elogios -, Valcke vai se encontrar com os dirigentes do Comitê Organizador do Mundial em São Paulo, de onde seguirá para uma série de reuniões em Brasília. Ficará dois ou três dias no País.Valcke também vai conferir de perto como estão os demais projetos dos estádios credenciados para abrigar jogos da Copa. Em maio, a Fifa exibirá um vídeo no Brasil com os defeitos técnicos existentes nos projetos do Morumbi. Quer assim se eximir de responsabilidade pela exclusão do Estádio Cícero Pompeu de Toledo.Em nenhuma hipótese a Fifa aceitará jogos em dois ou mais estádios numa mesma sede. Por isso, de acordo com o executivo entrevistado pelo Estado, a entidade já conta com um plano B para dar ao Estado de São Paulo o direito de abrir o Mundial de 2014. "Esse projeto já chegou à sede da entidade, em Zurique, na Suíça, foi visto com bons olhos e tem participação da prefeitura da capital paulista", comentou o executivo.Mudanças de prazo. As obras em todos os 12 estádios do Mundial do Brasil deveriam começar em março. O comitê local já fez uma concessão e adiou o prazo para 3 de maio. Quem atrasar o cronograma da próxima vez correrá o risco de perder o direito de participar diretamente da Copa. Essa mensagem será reforçada por Valcke e estará mais endereçada aos estádios que passarão por reformas.O Estado de São Paulo, no entanto, será avaliado de forma diferenciada, por causa da longa controvérsia entre o clube do Morumbi e a Fifa. A entidade reconhece a importância do Estado no País e não quer o ônus de um desgaste político por uma participação secundária de São Paulo no evento.Ainda de acordo com o executivo da Fifa, os projetos de construção de novas arenas preocupam menos a entidade máxima do futebol do que os estádios que serão reformados. "Para quem está saindo do zero, já há um projeto claro, do que vai ser feito, de como a obra será entregue."No encontro com o comitê organizador, a Fifa vai reiterar que as quatro ou cinco sedes da Copa das Confederações, em 2013, terão de liberar seus estádios até dezembro de 2012. Essas cidades serão definidas possivelmente logo após o fim da Copa da África do Sul, que se encerrará em 11 de julho.A entidade, por meio de seus dirigentes, tentará de todas as formas evitar declarações polêmicas nos próximos dias sobre assuntos referentes ao Mundial de 2014. Vai se concentrar no evento sul-africano. Essa é a ordem do presidente da Fifa, Joseph Blatter.Para lembrarEstádio recebeu alguns elogios e muitas críticasEm 19 de março, o São Paulo e o Comitê Organizador Paulista da Copa de 2014 receberam com surpresa e alívio os primeiros elogios do secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, ao Morumbi. O dirigente se pronunciou após analisar relatórios feitos por três integrantes da Fifa, que estiveram no dia 14 de março no estádio são-paulino. "É um prêmio à insistência", comemorou na época o presidente do comitê, Caio Luiz de Carvalho. "A entidade percebeu o comprometimento do clube e de São Paulo em atender às exigências."Em todos comentários referentes ao Morumbi anteriormente, no entanto, Valcke e a cúpula da Fifa apenas fizeram críticas. E, mais tarde, mesmo nas raras afirmações positivas, a entidade nunca garantiu que o estádio são-paulino teria condição de receber as partidas mais importantes do Mundial, como a abertura, pretendida pelos paulistas.

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