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Mosley admite escândalo, mas diz que não renuncia

Por Livio Oricchio
Atualização:

O apoio recebido de parte significativa de integrantes da própria FIA e da comunidade automobilística foi a razão alegada por Max Mosley, ontem, em carta distribuída a todos os presidentes de federações, para justificar sua decisão de prosseguir na presidência da FIA. O jornal inglês News of the World divulgou no domingo, em sua edição eletrônica, um vídeo em que o dirigente inglês aparece com cinco prostitutas em encenação sadomasoquista. "Vocês podem ter a certeza de que não permitirei que o ocorrido impeça meu comprometimento com o trabalho na FIA", afirmou. Mosley assumiu tudo e desculpou-se com todos que se sentiram mal com as revelações de sua privacidade. E reconheceu o comportamento como "vergonhoso". Sua preocupação maior nem foi tanto com a orgia experimentada em Londres, mas desvincular o ocorrido de qualquer traço anti-semita. Na ?festa?, Mosley era o presidente do campo de concentração e as prostitutas, as prisioneiras judias. "Não houve qualquer conotação nazista. Isso é totalmente falso", escreveu. As equipes de F-1 mantiveram-se em silêncio ontem também. No domingo será disputado o GP de Bahrein. Mosley não deverá viajar para o Oriente Médio, mas certamente a imprensa questionará os representantes dos times, já que seguem a orientação de um líder envolvido em episódio como o revelado pelo News of the World. O inglês demonstrou inconformismo com o fato de ter sua privacidade exposta. "Em muitos países é contra a lei publicar detalhes da vida privada sem bons motivos. Eu pretendo tomar as ações legais contra o jornal no Reino Unido ou em outras jurisdições."O inglês não hesita em acreditar que tudo foi planejado previamente para atingi-lo. "Tenho informações que me foram repassadas por fontes altamente confiáveis próximas à polícia britânica." Nas duas últimas semanas sua vida pessoal passou a ser investigada por um grupo especializado nesse tipo de coisas, por razões e clientes ainda desconhecidos, diz na carta.

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