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Mosley fica com Ecclestone e irrita equipes

Com as mudanças radicais no regulamento, cria-se mal-estar a 11 dias do início do Mundial

Por Livio Oricchio
Atualização:

Se havia ainda alguma dúvida sobre o lado em que Molsey penderia na disputa entre Bernie Ecclestone, o presidente da Formula One Management (FOM), e a associação das equipes (Fota), foi desfeita ontem. O anúncio da FIA começa assim: "O Conselho Mundial aceitou a proposta da FOM para se chegar ao título." Ecclestone queria esse critério. A diferença é que daria medalhas aos três primeiros nas provas, como na Olimpíada. Mosley manteve a ideia do amigo que o levou à presidência da entidade, em 1991, fruto de uma relação de amizade, hoje, de 40 anos. Só não distribuirá medalhas. A Fota fez pesquisa com fãs da Fórmula 1, no mundo todo, e propôs 12 pontos ao vencedor (em vez de 10), 9 ao 2º colocado (8), 7 (6) para o terceiro e as demais colocações permaneceriam iguais. Mosley não teve sensibilidade para enxergar a legitimidade do sugerido pela Fota. Curiosamente, acusou os líderes das escuderias de "insensíveis à invasão da sua privacidade"quando estourou há exato um ano o escândalo sadomasoquista em que se envolveu. A Fota reagiu de imediato, ontem: "Desejamos expressar nossa desilusão e preocupação com o que foi definido unilateralmente", traz sua nota. E chama a atenção para o que Mosley também já estabeleceu para 2010: limite de orçamento de 33 milhões (cerca de R$ 100 milhões), ou 20% do que as principais escuderias vão investir este ano. "Esta medida coloca em risco a essência da Fórmula 1 e os princípios que a rendem como um dos esportes mais populares e atraentes do mundo." A discussões entre FOM e Fota existem desde que esta foi criada, no ano passado. Em mais de 50 anos de história da Fórmula 1 nunca as equipes tomaram posições conjuntas e unânimes como agora. Ao ordenar que os orçamentos limitem-se a 33 milhões, automaticamente Mosley busca arrefecer a exigência da Fota de cobrar maior participação no arrecadado pela FOM de Ecclestone. A Fota já avisou ontem que deseja revisão urgente da medida. Com certeza a entidade vai radicalizar. Se a FIA não recuar pode haver um racha. E logo. Mosley já trabalhou contra a enorme expectativa criada pelo campeonato que vai começar dentro de pouco mais de uma semana. A pré-temporada sugere outro Mundial emocionante como os últimos.

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