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Movimento defende incorporação definitiva à África do Sul

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Por Redação
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Desesperados, milhares de cidadãos do Lesoto aproveitaram a Copa do Mundo para entregar ao governo de seu país e ao sul-africano um abaixo assinado pedindo simplesmente o fim de Lesoto como país independente. Eles querem que o território seja incorporado à África do Sul. O apelo vem exatamente durante o fervor nacionalista que marca muitos países durante a Copa do Mundo. Mas com a aids, a pobreza e a corrupção massacrando o país, a iniciativa de entregar o país nas mãos sul-africanas reuniu mais de 30 mil assinaturas e uma marcha de protesto na capital Maseru há dez dias. "Não temos mais razão de existir como um país independente", disse ao "Estado" um dos líderes do movimento, o sindicalista Vuyani Tyhali. A situação econômica também é crítica. O país importa 70% de seu alimento. Com a crise no setor têxtil e os problemas com a África do Sul, cresce no Lesoto a produção de maconha, plantada entre espigas de milho e contrabandeadas por mulas para a África do Sul. O país foi criado no fim do século 19, como resultado de um conflito entre colonizadores holandeses e ingleses. O então rei Moshoeshoe I se aproveitou da situação para criar um território para o povo basoto, atacado de todos os lados. A coroa britânica gostou da ideia, já que significaria que os holandeses teriam maiores dificuldades para controlar o território. A União Africana já sugeriu a integração econômica dos dois países. Mas nunca o fim do Lesoto havia sido tratado de forma tão direta como na Copa do Mundo. Tyhali, líder do movimento, não fala nem mesmo no fim da monarquia. Afinal, argumenta, os zulus até hoje mantêm seu rei e, nem por isso, vivem em um país separado.

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