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Muleta verde-amarela integra equipe brasileira de peso

Por ALBERTO ALERIGI JR.
Atualização:

A equipe feminina de levantamento de peso do Brasil integrou um novo equipamento a seus aparelhos nos Jogos Pan-Americanos: uma muleta verde-amarela que passou a ser usada pela atleta Aline Campeiro desde que ela machucou o joelho ao comemorar a quebra de recorde brasileiro no sábado. Com a perna esquerda envolta por uma tala até acima do joelho e apoiada em suas companheiras de equipe, Aline, 26, passou a tarde desta segunda-feira torcendo pelo Brasil nas categorias até 63 quilos feminino e até 85 quilos masculino. Sentindo dor, e sabendo que terá que passar por uma cirurgia para recuperar um ligamento do joelho esquerdo, ela se levantou várias vezes, se animou ao som de funk carioca e comemorou quando Liliane Lacerda quebrou recordes brasileiros. "Sou energia pura, não aguento ficar parada", disse Aline, enquanto seus colegas de equipe brincavam com sua muleta verde-amarela. "Vou torcer de muleta para todos os brasileiros", brincou a carioca, sorrindo. Aline chorou quando Liliane, 63 quilos, conseguiu erguer nesta segunda-feira 106 quilos no arremesso (movimento de levantamento em dois tempos), ultrapassando o recorde brasileiro em cinco quilos. A atleta ainda superou em quatro quilos a maior marca nacional no estilo arranque (movimento único), levantando 90 quilos. "Para mim foi como ter ganhado uma medalha de ouro pelas condições (de treinamento) que eu tenho," disse Liliane, que acabou em quarto lugar na competição, atrás da colombiana Yessenia Solis (224 quilos no total), da canadense Christine Girard (221 quilos) e da norte-americana Natalie Woolfolk (213). A brasileira conseguiu levantar no total 196 quilos. A brasileira competiu entre nove participantes em uma prova que foi marcada por sucessivas quebras de recordes pan-americanos. No final, a colombiana Solis, de 62,75 quilos, definiu nova marca do continente com 100 quilos de arranque e 224 quilos de levantamento total. A canadense Girard, 63 quilos, cravou 127 quilos de arremesso. Vendo toda essa demonstração de força por parte das mulheres, a mãe de Liliane, Neriara Lacerda, sente "uma dorzinha no coração". "A primeira vez que eu vi ela treinar eu fiquei louca, com medo dela se machucar", disse Neriara, acrescentando que passou quase um ano tentando convencer a filha a largar os pesos e regressar aos lançamentos de disco e martelo a que se dedicava. "Mas ela conseguiu chegar aqui (no Pan) com muito esforço e treinamentos e para mim isso já vale uma medalha", disse a faxineira que foi ver a filha junto com um grupo enlouquecido de amigos e parentes.

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