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Mundial de surfe começa sem o tricampeão Gabriel Medina e desafia hegemonia da 'Brazilian Storm'

Brasil conquistou cinco títulos nas últimas sete temporadas; Tatiana Weston-Webb será representante do País no feminino

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Por Paulo Favero
Atualização:

O Circuito Mundial de Surfe começa neste sábado com a ausência do tricampeão mundial Gabriel Medina nos dois primeiros eventos e com o Brasil tentando manter a hegemonia recente, quando conquistou cinco títulos nas últimas sete temporadas. A primeira etapa, com chamadaàs 15h (horário de Brasília), terá início em Pipeline, no Havaí, com a presença de oito brasileiros no masculino e Tatiana Weston-Webb no feminino.

Caio Ibelli foi chamado para substituir Medina, que anunciou nesta semana que daria uma pausa em sua carreira para cuidar de sua saúde mental. Ele também já avisou que não deve disputar o evento seguinte em Sunset, também no Havaí, e há quem diga que é possível que ele fique fora de quase toda a temporada. Quem também não competirá no Billabong Pro Pipeline é Yago Dora, que se recupera de lesão.

O surfista Gabriel Medina desistiu de disputar as primeiras etapas do Circuito Mundial alegando precisar tratar de sua saúde mental Foto: REUTERS/Lisi Niesner

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A ausência de Medina, neste primeiro momento, não necessariamente o tira da disputa do WSL Finals, que reunirá em Trestles, em setembro, os cinco surfistas mais bem colocados no ranking mundial. Ou seja, ele deixará de computar duas etapas, mas se for bem nas outras oito ainda assim poderá se classificar. Caso fique fora de outros eventos, as chances diminuirão sensivelmente.

Em Pipeline, três surfistas aparecem com o favoritismo na temporada: o campeão mundial de 2019 e campeão olímpico Italo Ferreira, o havaiano John John Florence, que é bicampeão mundial, e o brasileiro Filipe Toledo, que foi vice no ano passado. "As expectativas são as melhores possíveis. Estou me sentindo bem, estou com o apoio dos melhores profissionais na minha equipe e dos meus patrocinadores. Pretendo começar o ano com o pé direito e bons resultados para chegar ao top 5 novamente", disse.

Essa geração vitoriosa do surfe nacional ficou conhecida mundialmente por Brazilian Storm, a Tempestade Brasileira. E ela vai ganhar dois novos representantes na elite nesta temporada: João Chumbinho, irmão do surfista de ondas grandes Lucas Chumbo, e Samuel Pupo, que terá a companhia de seu irmão Miguel, veterano no Circuito Mundial.

"A expectativa é grande. Venho treinando muito forte e o meu objetivo é ter a chance de chegar no WSL Finals e brigar pelo título", diz Samuca, que pretende brilhar junto com os outros surfistas do País. "O que eu posso agregar é mais um gás para todo mundo. Vou puxar todo mundo, principalmente meu irmão e meu melhor amigo que é o João", continua. Nesta temporada, o Brasil terá no masculino Medina, Italo, Filipinho, Samuel e Miguel Pupo, João Chianca, Yago Dora, Deivid Silva e Jadson André.

Mulheres em Pipeline

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Já no feminino a única representante é Tatiana Weston-Webb, que no ano passado foi vice-campeã mundial. Ela já chegou a competir em Pipeline, depois que a etapa de Maui foi transferida para lá, mas desta vez vive a expectativa da primeira etapa com mulheres do Circuito Mundial na famosa e temida onda tubular. "Eu gosto muito da onda, é dos sonhos, mas também é muito perigosa, então qualquer um precisa ter respeito por essa onda, seja mulher ou homem. Não peguei muitas ondas boas lá, mas estou tentando melhorar lá em cada vez que entro na água", comenta.

Tatiana Weston-Webb é única representante do Brasil no feminino Foto: Matt Dunbar / WSL

Tati garante que tirou importantes lições do WSL Finals do ano passado, quando perdeu o título mundial para a havaiana Carissa Moore. "Eu aprendi bastante em como reagir depois de perder. Isso sempre foi um ponto bem difícil para mim. Foi duro digerir essa derrota, mas acho que melhorei bastante e tenho de ficar orgulhosa da minha performance e de tudo que fiz para chegar até lá. Quando penso no que fiz no ano passado, me sinto orgulhosa", avisa.

Apesar de ser a única representante do País no feminino, Tati acredita que em breve terá outras companhias. Desde que Silvana Lima perdeu a vaga na elite, o Brasil não teve outras competidoras além de Tati. Mas agora uma nova geração de adolescentes vem mostrando muito talento, como Sophia Medina, Bela Nalu e Laura Raupp, e nos próximos anos ela deverá ter outras surfistas nacionais no Circuito Mundial. "Em pouco tempo virão várias brasileiras no Circuito e não vejo a hora de isso acontecer", diz.

Transmissão na Globo

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Outra novidade para esta edição do Circuito Mundial de Surfe é que a Globo adquiriu os direitos de transmissão das etapas (que também vão ao ar no site e no aplicativo da WSL). Elas serão exibidas ao vivo na plataforma Globoplay até a fase de oitavas de final. A partir das quartas, o Sportv mostra, com exclusividade, as baterias decisivas. Caso os brasileiros cheguem às finais, a TV Globo também abre espaço em sua programação para mostrar os principais momentos das disputas que valem o título.

Para reforçar a cobertura, a emissora contratou importantes nomes da modalidade para trabalharem como comentaristas: Adriano de Souza, o Mineirinho, campeão mundial em 2015, Lucas Chumbo, Alejo Muniz e Cláudia Gonçalves, além dos jornalistas Bruno Bocayuva e Diogo Mourão, especialistas na modalidade. A primeira etapa em Pipeline será transmitida por Luiz Carlos Jr. e Bruno Fonseca.