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Muricy encara trânsito e falta de estrutura no Flu

Acostumado com clubes paulistas, técnico sente na pele um dos problemas do futebol do Rio: a falta de um Centro de Treinamento

Por Bruno Lousada
Atualização:

Muricy Ramalho teve um choque de realidade. Habituado à estrutura de São Paulo e Palmeiras, seus dois últimos clubes, o novo treinador do Fluminense viu de perto, ontem, o mal que atinge os grandes times do Rio: a falta de um centro de treinamento (CT) decente. Com o campo das Laranjeiras interditado e o CT de Xerém, na Baixada Fluminense, precisando de reforma, a equipe das Laranjeiras faz sua preparação para as quartas de final da Copa do Brasil, contra o Grêmio, quinta-feira, no Maracanã, longe de casa. Treina no modesto estádio da Portuguesa, equipe da Segunda Divisão do Campeonato Carioca, na Ilha do Governador (zona norte). Inaugurado em 2 de outubro de 1965, o local, mais conhecido como estádio dos ventos uivantes, por causa da forte ventania que normalmente passa por lá, não tem vestiário apropriado e um gramado em perfeito estado. Depois de ser apresentado num hotel de luxo da zona sul, Muricy seguiu para o bairro da Ilha e se sentiu em São Paulo: enfrentou um congestionamento enorme, que o fez chegar atrasado, quase no fim da atividade.Por causa desse imprevisto, ele só teve tempo de bater um papo rápido com os jogadores. Na coletiva realizada no hotel, Muricy revelou o que mais pesou para aceitar o convite do Fluminense. "Foi o pensamento da diretoria de fazer um clube forte e melhorar a estrutura. Isso me chamou a atenção", comentou. O Fluminense está em fase final de aquisição de um centro de treinamento na Barra, que já pertenceu a Vasco e Flamengo. "Tudo é fundamental: local para treinamento, alimentação... É preciso dar as coisas para poder cobrar de um jogador. Tem que ter bom CT, salários em dia", ressaltou.Conhecido por seu estilo rude e exigente, o tricampeão brasileiro pelo São Paulo esbanjou bom humor durante a entrevista. Não quis o rótulo de linha dura e não se mostrou preocupado com a alta rotatividade no comando da equipe (seis técnicos dispensados desde janeiro de 2009). "Não preciso de contrato longo para ficar seguro", afirmou o treinador, que assinou compromisso até o fim do ano e vai ganhar cerca de R$ 350 mil por mês. Pela primeira vez à frente de um time do Rio, ele defendeu o futebol carioca."O último campeão brasileiro é do Rio (o Flamengo). Não sei até onde isso (decadência do futebol carioca) é verdade", lembrou o treinador. NA CONTAR$ 350mil é o valor do salário do treinador até dezembro

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