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Na despedida, Coulthard quebra protocolo e muda pintura do carro

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Por Amanda Romanelli
Atualização:

Quando o piloto David Coulthard, de 37 anos, entrar na pista de Interlagos para a primeira sessão de treinos livres, hoje, a partir das 10 horas, saberá que faltam apenas três dias para a sua despedida da Fórmula 1. O escocês da Red Bull anunciou, em julho, no GP de Silverstone, que iria se aposentar após a corrida do Brasil, depois de 14 anos na categoria mais importante do automobilismo. Em 1994, ele era piloto de testes da Williams e assumiu o lugar de ninguém menos que Ayrton Senna. Coulthard não esconde que estará sujeito a fortes emoções no último GP. Da temporada e também de sua vida. "Estou emocionado, mas tenho certeza de que estarei ainda mais no domingo, quando for sair do carro pela última vez. Só então vou me dar conta de que uma parte da minha vida terá acabado." O piloto garante que não vai deixar a Fórmula 1 definitivamente: vai se tornar consultor da Red Bull Racing. E também não descarta que, um dia, possa competir por outra categoria. Para marcar sua despedida, Coulthard conseguiu uma inédita permissão das outras equipes de Fórmula 1: a pintura de seu carro será diferente em relação à de seu companheiro, Mark Webber. Para que isso aconteça, todas as outras escuderias precisam estar de acordo. "Fiquei muito feliz de receber essa permissão, provavelmente uma iniciativa que ainda não aconteceu na era moderna da Fórmula 1." O piloto quer fazer da sua 246ª prova uma oportunidade para promover a fundação não-governamental Wings for Life (Asas para a vida), dedicada à busca da cura para lesões na coluna cervical causadoras de paralisia. "Eu sou uma pessoa com muita sorte, porque por mais de uma vez na carreira consegui sair andando de uma batida", explica. De acordo com a fundação, 2,7 milhões de pessoas em todo o mundo estão paraplégicas por causa de acidentes de carro. A cada ano, esse número aumenta em 130 mil. As expectativas de Coulthard para o GP do Brasil não são muito grandes. Ele é o 16º colocado entre os 20 pilotos, tendo conquistado apenas 3 pontos na temporada. Espera que possa participar em Interlagos tendo apenas a visão da bandeira quadriculada. "Mas não estou me aposentando porque não gosto mais de correr. Só acho que a minha jornada chegou naturalmente ao seu fim. É o que vai acontecer quando eu andar pelo paddock no domingo."

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