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Na TV, uma Copa revolucionária

Transmissão em 3D é a principal entre as várias novidades da Fifa para agradar aos 30 bilhões de espectadores do Mundial

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Por Jamil Chade
Atualização:

A Fifa mantém intacta sua posição de que a tecnologia não deve entrar em campo para ajudar o árbitro em suas decisões. Mas, ironicamente, os juízes tornaram-se as pessoas que menos veem o que ocorre em campo. Com até 40 câmeras espalhadas pelos estádios, a Copa da África do Sul é a mais dissecada nos 80 anos de história dos Mundiais.A estimativa da Fifa é de que a Copa de 2010 será o evento mais visto da história, com um público acumulado de quase 30 bilhões de pessoas, cinco vezes a população do planeta. Para atrair ainda mais a atenção dos espectadores, a entidade adotou duas estratégias principais: levar o público para dentro de campo e garantir que todos os detalhes sejam minuciosamente mostrados. Uma nova tecnologia teve de ser desenvolvida para atingir tais objetivos. Para levar o público para as quatro linhas, a Fifa apostou na difusão dos jogos em três dimensões. A Copa é a primeira a ser mostrada nessas condições. Para muitos, é uma revolução como a passagem da TV preto e branco para a colorida.

Em alguns jogos, a Fifa repetiu os lances duvidosos no telão do estádio, momentos depois do apito do árbitro. Em alguns casos, ficou claro o erro do juiz, o que provocou vaias nas arquibancadas. Um exemplo foi a carregada de bola de Luís Fabiano com o braço no segundo gol contra a Costa do Marfim. Vendo a pressão aumentar sobre o árbitro, a Fifa optou por suspender as imagens "complicadas" e apenas mostrar lances considerados mais "tranquilos". Apesar das polêmicas, a entidade indica que a revolução de imagens chegou para ficar. No fundo, a Fifa troca a ideia de construção de grandes estádios ? que acabam se transformando em elefantes brancos ? por arenas menores e mais sustentáveis. A renda que não viria de entradas é multiplicada por contratos milionários de transmissão. No total, são 400 canais de todo o mundo com contratos acumulados de US$ 2,2 bilhões com a Fifa para ter o direito de transmitir as partidas.A estratégia já dá resultados. A audiência tem batido todos os recordes. Nos Estados Unidos, 3,3 milhões de pessoas, em média, estão assistindo a cada jogo, 64% acima dos índices de 2006. No jogo entre Inglaterra e Estados Unidos, há duas semanas, 13 milhões de americanos acompanharam a partida pela TV, recorde absoluto no futebol.O mais incrível, segundo os cálculos da Fifa, é que mesmo uma partida entre Camarões e Dinamarca, no sábado passado, atingiu a audiência de 8,7 milhões de pessoas na Alemanha e 6,7 milhões na Itália. A taxa na TV italiana foi 50% superior a qualquer outro programa naquele fim de semana.

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