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Nalbert parte para o vôlei de praia

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Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de liderar o Banespa na vitória sobre o Minas e conquistar o único grande título que lhe faltava na carreira - da Superliga Masculina de Vôlei -, Nalbert se despede neste domingo das quadras. Aos 31 anos, o campeão olímpico e mundial afirma que "nem nos melhores sonhos de moleque" pediu tanto ou imaginou que chegaria tão longe. Agora, parte para novo desafio: ser vencedor também no vôlei de praia. "A seleção adulta era tão distante quando cheguei à seleção infanto-juvenil....", lembra Nalbert. Um ano e meio depois, ele já estava no time principal do Brasil para o melhor ciclo olímpico da história, entre 2001 e 2004. "Viajar, falar outra língua, fazer amizades, vencer... O vôlei é uma bênção que Deus me deu." Nalbert estava no Macerata, da Itália, até antes dos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Decidiu voltar ao Brasil para reorganizar a vida e escolheu o Banespa - foi uma temporada vitoriosa, depois do título da Superliga conquistado neste domingo. Agora, ele quer ir para o vôlei de praia, ficar mais perto da família, da mãe Dilce, dos irmãos Márcio e Maria Beatriz, do cunhado, dos sobrinhos, dos amigos - não tem namorada. Recebeu proposta "boa financeiramente" para jogar no Dynamo de Moscou. Em outro momento, aceitaria. "Mas agora quero ficar no Brasil." Ele também tem propostas da Itália, da Grécia e do Brasil, mas insiste em ir para a praia. "Tenho dois meses para acertar com um patrocinador e um parceiro. Só volto para a quadra se nada der certo", avisa. Carreira de sucesso - Aos 10 anos, empolgado com a geração de prata de Montanaro, William e Renan (Jogos de Los Angeles, em 1984), Nalbert começou a jogar vôlei no Clube Israelita Brasileiro, no Rio. Atuou pelo Tijuca, seu primeiro time, no pré-mirim, aos 12 anos. No Brasil, passou por Flamengo, Minas, Olympikus e Banespa. Também jogou no Macerata e no japonês Panasonic. Nalbert chegou à seleção infanto-juvenil em 91. Com o Brasil, ganhou os títulos mais importantes que um jogador pode ter. É o único atleta do vôlei que foi campeão mundial infanto-juvenil (Portugal/91), juvenil (Argentina/93) e adulto (Argentina/2002). Fora a medalha de ouro na Olimpíada de Atenas, em 2004. Do Mundial da Argentina, ele guarda as melhores recordações da carreira. "Como agora, na Olimpíada, também vinha de contusão. Entrei no terceiro jogo e fui crescendo. Tenho dois momentos inesquecíveis. O ponto Forest Gump, o último contra a Sérvia, na semifinal - disseram que se o ginásio não tivesse parede eu não pararia mais de correr. E a final, contra a Rússia - foram 350 jogos pela seleção, mas se tenho de apontar um, é este", revela. A medalha do Mundial, assim como a olímpica, ocupa lugar de destaque em sua casa, com o troféu de Melhor do Esporte do Comitê Olímpico Brasileiro em 2002. Nalbert guarda ainda todas as camisas 12 dos clubes que defendeu na carreira e também a dos adversários. Dificuldades - Além das vitórias, a carreira foi marcada pelas contusões. "A pior foi uma fratura quase exposta no tornozelo, em 95, pelo Banespa. Pensei em abandonar a carreira", conta Nalbert. Mas as contusões também reforçaram a vontade de seguir com o vôlei. "Pensava: ?Como viver sem isso??" A cirurgia no ligamento do ombro esquerdo exigiu 4 meses e meio de um delicado processo de recuperação - só foi liberado pelo médico 15 dias antes do início da Olimpíada de Atenas. E deu tudo certo: o Brasil ganhou a medalha de ouro sob o comando do capitão Nalbert.

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