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Nas pistas, as drogas só causam prejuízo

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Por Livio Oricchio
Atualização:

Ao contrário da grande maioria dos esportes, o doping no automobilismo não só não potencializa a capacidade do praticante como compromete sua segurança e a dos demais pilotos. Mas são antigas as suspeitas de que alguns desses profissionais mantêm hábitos de consumo de substâncias consideradas proibidas, apesar de não terem intenção de tirar proveito. Nas competições internacionais, o caso mais flagrante foi o do piloto checo Tomas Enge. Em 2002, o exame antidoping, realizado depois do GP da Hungria de Fórmula 3000, detectou canabinóides, ou seja, traços de que fumou maconha. Ele reconheceu o uso da droga, perdeu os pontos da vitória, o que deu o título vencido por ele na pista para o francês Sebastien Bourdais. A FIA ainda suspendeu sua licença de piloto por um ano. Washington Bezerra, proprietário de equipe da Stock Car, lembra de ter vivido experiência particular em 1994, no circuito de Guaporé (RS). "Nosso piloto, Ney Faustini, envolveu-se numa disputa na pista com um adversário. Depois da prova, este veio com uma barra de ferro no nosso box e começou a quebrar tudo." Bezerra e Faustini solicitaram à direção de prova exame antidoping do agressor. "Nos informaram que não havia como realizá-lo." O dono de equipe recorda que nos anos 70 alguns jovens que competiam na Fórmula Super-Vê não escondiam o uso de drogas. Não visavam a melhorar o desempenho. "Até porque, nesse mesmo período, o piloto Norman Casari realizou experiência no Rio de Janeiro que desmistificou de vez a possibilidade de ganhar performance com o uso de drogas", conta. Casari submeteu-se a pilotar são e depois sob efeito de leves doses de álcool e até maconha, com acompanhamento médico e policial. Os tempos registrados sem essas substâncias no organismo foram sempre melhores.

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