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Natação do País dá sinal de decadência

Liderados por Ian Thorpe, os australianos dominaram o Mundial do Japão. O desempenho do Brasil foi desastroso, muito abaixo do último mundial, em 98.

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Campeonato Mundial de Desportos Aquáticos, que terminou neste domingo em Fukuoka, no Japão, serviu de alerta para o futuro da natação brasileira. O resultado dos brasileiros foi desastroso em relação ao Mundial passado, em Perth, na Austrália, em 1998: os atletas do País fizeram duas finais, dos 4X100 m livre e 1.500 m, com Nayara Ribeiro (oitava na prova), contra cinco em Perth (50 m, 100 m, 200 m, 400 m livre, e 4X100 m livre). A atuação de Gustavo Borges resume bem a situação da natação brasileira - em Fukuoka foi o 12º nos 100 m livre; em Perth, ficou em quinto lugar. Quem surpreendeu foi Juliana Veloso, nos saltos ornamentais. Pela primeira vez um atleta brasileiro chegou às finais da modalidade. A saltadora ficou em 10º lugar e por isso, foi escolhida pelo presidente da Confederação Brasileira, Coaracy Nunes, para carregar a bandeira do Brasil no encerramento da competição. "O Brasil está numa fase de renovação e reestruturação. Antes mesmo de embarcarmos para o Japão já prevíamos uma competição duríssima, em que até mesmo a entrada nas semifinais seria uma batalha. Precisamos dar seguimento urgentemente ao Programa Brasil de Natação", disse o supervisor técnico da equipe, Ricardo de Moura. "Quando um atleta está inserido em um programa ajustado, com objetivos bem definidos, não precisa sair do País para treinar. E também não podemos descuidar um minuto do intercâmbio", emendou. A competição no Japão, que reuniu cerca de 1.600 atletas de 136 países, teve oito recordes mundiais batidos - todos no masculino. O destaque certamente foi o time australiano, que terminou a competição com 13 medalhas de ouro, além de sua estrela Ian Thorpe, que bateu os recordes dos 200 m (1min44s02), 400 m (3min40s17), e 800 m livre (7min39s16), além de ter colaborado para a nova marca do revezamento 4X200 (7min04s66). Os chineses ficaram com a segunda colocação, com dez medalhas de ouro, seguidos dos norte-americanos, com nove. Quem brilhou no último dia de competições foi o australiano Grant Hackett, que baixou o tempo da prova dos 1.500 m em mais de sete segundos, agora de 14min34s56. "É absolutamente incrível conseguir reduzir mais de sete segundos esse recorde. Não imaginei que pudesse fazer isso nem em um milhão de anos", disse Hackett, que bateu a marca de seu compatriota e amigo Kieren Perkins (14min41s66), estabelecida em 1994. A prata ficou com o inglês Graeme Smith, que terminou a prova após 24 segundos do australiano. A Austrália ainda bateu o recorde dos 50 m borboleta (23s44), com Geoff Huegill, e do revezamento 4X200 (7min04s66). As outras novas marcas foram estabelecidas nos 200 m borboleta (1min54s58), do norte-americano Michael Phelps, e nos 100 m peito (59s94), do russo Roman Sludnov. No pólo aquático, os vencedores foram Itália, no feminino, e Espanha, no masculino. As brasileiras ficaram com a 10ª posição e os rapazes com a 13ª. A jogadora Camila Pedrosa foi a segunda artilheira do Mundial, com 18 gols marcados, atrás apenas da italiana Martina Miceli, com 20. O melhor brasileiro foi Ricardo "Kiko" Perrone, que ficou em sétimo, com 13 gols. O primeiro foi o iugoslavo Aleksandr Sapic, com 18 gols.

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