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Natação promete geração forte para Pequim após recordes no Rio

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Por PEDRO FONSECA
Atualização:

Para a natação brasileira, dificilmente o Pan-Americano do Rio de Janeiro poderia ter sido melhor. Além de ter o maior nome dos Jogos, o hexacampeão Thiago Pereira, a equipe superou em muito seus recordes de medalhas com as 27 conquistadas em casa, sendo 12 de ouro. Agora os olhos estão exclusivamente voltados para a Olimpíada de Pequim, em 2008. Depois de ter passado em branco na Olimpíada de Atenas-2004, o esporte que fez de Gustavo Borges e Fernando Scherer inspiradores da atual geração espera ter deixado para trás o período de entre-safra e promete não depender mais de apenas dois nomes para subir ao pódio quando enfrentar os maiores do mundo nas piscinas chinesas. "A gente está no caminho certo, a equipe evoluiu bastante de uns anos para cá e acredito que na Olimpíada teremos não só um atleta destacado com chances de pódio, mas uma equipe toda mais forte, especialmente os revezamentos", disse Thiago Pereira a jornalistas após uma de suas seis medalhas de ouro conquistas no Rio, que o colocam como maior vencedor da história em uma edição do Pan. "Em 1996 (Atlanta) e 2000 (Sydney) o Brasil tinha só o Fernando e o Gustavo praticamente. Essa equipe de agora tem um centro com muito mais talentos com chance de final olímpica e de brigar por medalhas", acrescentou Thiago, quinto colocado dos 200m medley nos Jogos de Atenas, em sua estréia olímpica. Até mais significativo do que as medalhas conquistadas no Pan contra adversários de pouca projeção internacional, pode-se considerar as marcas conseguidas. Foram 10 recordes pan-americanos batidos por brasileiros no Parque Aquático Maria Lenk, algumas delas entre as melhores do mundo na temporada, como o 21s84 de César Cielo nos 50m livre, apenas dois décimos acima do recorde mundial de 21s64 do russo Alexander Popov. "Superamos todas as expectativas, até as nossas", disse Cielo após a vitória. "Estamos com uma perspectiva muito boa para os Jogos Olímpicos porque esta é a equipe mais forte que o Brasil já teve." FORÇA DAS MULHERES Thiago Pereira é sem dúvida o grande nome. O novo recorde de 1min57s79 obtido nos 200m medley é o quarto melhor tempo registrado em todo o mundo este ano, e ele ainda estabeleceu novas melhores marcas em Pan-Americanos em mais duas provas. Mas além dele o Brasil tem César Cielo, Kaio Márcio, Nicolas Santos e Rebeca Gusmão, assim como os revezamentos masculino 4x100m e 4x200m livre, todos medalhistas de ouro no Rio esta semana. As marcas dos próprios Scherer e Borges, antes consideradas praticamente inalcançáveis, já não assustam mais. Em termos de tempo, Cielo já bateu Xuxa este ano nos 50m e 100m livre, e os novos integrantes dos revezamentos baixaram os recordes obtidos com a presença dos medalhistas olímpicos. "Gustavo e Fernando carregaram a natação brasileira nas costas durante bastante tempo. Hoje vejo o Brasil mais forte como um todo. Eles foram a nossa inspiração e acho que podemos chegar onde eles chegaram e até ir mais longe", disse o paraibano Kaio Márcio, dono de duas medalhas douradas no Pan e responsável pela queda de dois recordes continentais no Rio. Para as mulheres, o Pan do Rio representa um marco. A velocista Rebeca Gusmão conquistou nos 50m livre a primeira medalha de ouro da natação do país na história dos Pan-Americanos e repetiu a dose nos 100m, com Flávia Delaroli completando uma dobradinha brasileira de ouro e bronze no pódio. No total, foram 10 medalhas do feminino, duas de ouro, duas de prata e seis de bronze, e Rebeca foi mesmo o maior nome. Ela quebrou os recordes sul-americano e pan-americano dos 50m livre ao nadar a final em 25s05 e liderou a medalha de prata no revezamento 4x100m livre com incríveis 54s92, o melhor tempo individual entre todas as competidoras da prova. "A natação feminina no Brasil cresceu em proporções maiores do que a masculina nos últimos anos. Temos duas grandes nadadoras, muito novas, ambas exibindo nível mundial. Rebeca Gusmão e Flávia Delaroli fazem parte da nova safra da natação brasileira pós-Fernando Scherer e outros. Todos juntos representam a melhor geração da natação brasileira", afirmou o presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, Coaracy Nunes, ao avaliar a participação feminina do Brasil no Pan.

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