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Natalie, a atleta que não desistiu

Sem parte da perna e com cãibras, sul-africana chegou em 16.º lugar

Por Valeria Zukeran
Atualização:

A sul-africana Natalie du Toit estava aborrecida consigo mesma após terminar a prova olímpica da maratona aquática em 16º lugar, em vez de ficar entre as cinco primeiras, como planejava. A reação é comum entre atletas, mas, no caso de Natalie, revela que ela competiu de igual para igual, apesar de uma particularidade. Em 2001, ela perdeu parte da perna esquerda (do joelho para baixo) depois que sua scooter colidiu com um automóvel. "Não foi tão mau, mas poderia ser melhor. Mas fiz tudo que podia", disse Natalie, que queria melhorar sua própria marca, mas não conseguiu. "Disputar a Olimpíada foi um sonho que se transformou em realidade", descreveu a atleta. Ela quer deixar uma lição para as pessoas, portadoras de deficiências ou não. "Na vida você vai ter coisas negativas quanto positivas. O importante é estabelecer metas e não desistir." A nadadora é um ídolo em seu país. "É uma pessoa muito simples e sempre solícita", disse um dos jornalistas da África do Sul que acompanharam a prova. Natalie desenvolveu um método no qual compensa a falta da perna com uma força extra na braçada do lado direito. Deu tão certo que conquistou a vaga para os Jogos. "Nado desde os 6 anos. Não conceberia ficar sem algo que amo", disse a nadadora. "Foi sorte ter voltado a treinar o mais cedo possível. Assim, não perdi muito da minha condição atlética" ressaltou Natalie, que usa próteses no dia-a-dia e teve o apoio da mãe em Pequim. A maratona foi dura para Natalie. Ela sentiu cãibras durante uma das quatro passagens pela raia do Complexo de Remo e Caiaque de Shunyi. Depois de cruzar a linha de chegada, foi direto para a fisioterapia. "Não podemos esquecer que, a partir da semana que vem, ela disputa a Paraolimpíada. É muita coisa em jogo", disse Ana Strydor, da comissão técnica da equipe sul-africana de natação.

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