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Neto avisa: 'Estou mais do que pronto'

Goleiro, que é reserva na Fiorentina, será titular no lugar de Rafael, cortado da seleção por contusão

Por Mateus Silva Alves
Atualização:

LONDRES - Azar de um, sorte de outro. Embora se sinta constrangido para reconhecer que a lesão de Rafael foi uma ótima notícia para ele, Neto está feliz da vida por ter a chance de ser titular do Brasil nos Jogos de Londres. E ele espera aproveitar essa chance para não apenas ser o goleiro do time que conquistou a primeira medalha de ouro no futebol para o Brasil como para ganhar força na briga por um lugar na Copa do Mundo de 2014.Já passou o choque pelo corte do Rafael?Acredito que sim. Foi um momento bastante difícil para nós, como vem sendo para o Rafa. Mas a gente está do lado dele e a única maneira de superarmos isso é conquistando o campeonato e o deixando feliz por ter participado disso.Você conversou com o Rafael após a divulgação da notícia?Sim, conversei. Eu me coloquei no lugar dele e não gostaria jamais de estar passando por uma situação como essa, mas são coisas que acontecem, infelizmente aconteceu com o Rafa, como poderia ter acontecido com qualquer outra pessoa. Eu apenas dei o meu apoio. Ele está chateado como qualquer um ficaria por perder uma competição como a Olimpíada, mas é uma pessoa muito boa, do bem, que tem muita fé em Deus e sabe que se isso aconteceu com ele agora é porque há uma razão maior. Queremos o título para dar um conforto para ele.A sorte sorriu para você?É muito difícil falar em sorte por causa do companheiro. Ninguém quer entrar numa situação como essa. Quando um jogador sai por lesão é complicado, mas querendo ou não é uma oportunidade para mim e eu tenho de saber aproveitá-la.Virar titular muda sua preparação para a Olimpíada?Não, até porque o jogo (contra o Egito, amanhã) já está em cima. Eu já venho trabalhando forte, buscando meu espaço, e com essa infelicidade do Rafa aconteceu o momento de aparecer a minha oportunidade. Tenho de estar preparado. É um momento único, o momento da minha vida, e estou mais do que pronto para isso.O que você espera do jogo com o Egito?O primeiro jogo é o que pode mudar tudo. Se a gente conseguir uma boa estreia, a gente adquire confiança para o resto da competição. Será um diferencial muito grande essa partida para a gente adquirir essa confiança. O Egito coletivamente é muito forte, é um time muito rápido e ofensivo, e nós estamos bastante concentrados para conquistar essa vitória.Muita gente no Brasil não o conhece. Isso o incomoda?Isso acontece por eu ter atuado fora do eixo Rio-São Paulo, mas estou tranquilo, minha passagem pelo Atlético (Paranaense) foi maravilhosa, lá eu vivi quase oito anos da minha vida, é um clube fantástico. O campeonato que nós fizemos foi fantástico (o Brasileiro de 2010), começamos muito mal e acabamos em quinto, quase fomos para a Libertadores. Eu cresci muito com aquilo, cresci muito na Itália também, então isso de me conhecerem ou não é muito relativo. É óbvio que poderia ter acontecido de outra maneira, mas aconteceu desse jeito e estou muito feliz.Não ser titular na Fiorentina atrapalhou?É difícil, a gente sai (do Brasil) com a expectativa de manter o ritmo que vinha mantendo, mas isso é coisa que está fora do meu alcance. Eles me compraram, eu estava pronto e não me colocaram para jogar... É uma situação que não cabe a mim. É uma opção deles. Quando tive oportunidade eu fiz a minha parte.Um bom desempenho na Olimpíada pode aumentar suas chances de ir à Copa de 2014?É uma consequência. Se a gente fizer um bom papel, e de quebra conseguir a medalha de ouro, nós poderemos ficar marcados, as pessoas poderão se lembrar mais da gente. Mas, para ser sincero, eu me sinto na briga (para ir à Copa) desde a primeira vez que fui chamado, até por causa da Olimpíada fui um dos jogadores mais chamados (por Mano) da minha posição. Não tive a oportunidade de jogar, mas a Olimpíada pode ser um divisor de águas. Mas eu me sinto tranquilo em relação a isso, até porque ainda faltam dois anos, teremos duas temporadas e futebol é momento. A Olimpíada pode dar força, mas precisamos colocar o pé no chão porque já vimos muita gente ir à Olimpíada e não ir à Copa.

 

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