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Normas 'olímpicas' de liberdade de imprensa na China expiram

Autoridades chinesas não falam se vão prorrogar, abandonar ou substituir o regulamento vigente por outro

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Por Michael Bristow
Atualização:

Normas que davam a repórteres estrangeiros maior liberdade durante os Jogos Olímpicos da China expiram nesta sexta-feira. Elas foram implementadas em janeiro do ano passado como parte dos esforços chineses para tornar o país mais aberto ao exterior durante o evento. As autoridades chinesas ainda não disseram se vão prorrogar, abandonar ou substituir o regulamento vigente por outro. Em uma reunião rotineira com a imprensa na quinta-feira, o porta-voz do Ministério do Exterior, Qin Gang, disse que serão "divulgadas em breve" novas condições de trabalho. "Nós vamos, como sempre, receber bem jornalistas estrangeiros na China e continuar a facilitar o seu trabalho e estadia", afirmou ele. AUTORIZAÇÃO PRÉVIA As normas implementadas permitiam que os correspondentes viajassem pela China sem precisar de autorização prévia das autoridades. Essa autorização costumava ser obrigatória. "Para entrevistar organizações ou indivíduos na China, jornalistas estrangeiros precisam apenas obter consentimento prévio dos entrevistados", dizia o regulamento. Na prática, os repórteres estrangeiros tinham mais liberdade para fazer o seu trabalho, mas não eram deixados à vontade pelas autoridades. Determinadas áreas sensíveis, como o Tibete, eram locais proibidos para os jornalistas, e correspondentes continuaram sendo detidos pelas autoridades. Estes regulamentos mais liberais também não se aplicavam a jornalistas chineses, que enfrentam um alto grau de controle e censura por parte do governo chinês. "(As regras) marcaram um padrão novo e mais elevado na lei chinesa para liberdade de noticiar", disse Sophie Richardson, do grupo de defesa dos direitos humanos sediado nos Estados Unidos, Human Rights Watch. "Mas manter as normas em vigor e ampliá-las para incluir jornalistas chineses seria um dos mais importantes legados dos Jogos."

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