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Novas normas em torneio no Sul

Troféu Brasil testa mudanças, como diminuição de tempo de combate, para a temporada de 2009

Por Amanda Romanelli
Atualização:

O Troféu Brasil de judô, que será realizado hoje e amanhã em Porto Alegre, marca o reinício da temporada nacional após a Olimpíada de Pequim. O torneio, que reunirá 376 judocas de 73 clubes, mostrará aos atletas duas novidades: a diminuição no tempo do combate e a transferência do dia da pesagem, mudanças que a Federação Internacional de Judô (FIJ) pretende introduzir no esporte. Acostumados a encarar a balança horas antes de entrar no tatame, os judocas terão o peso avaliado na véspera de cada luta. E os duelos passarão de cinco para quatro minutos. Normas que a FIJ colocará em discussão em um congresso no mês que vem, na Tailândia, durante o Mundial júnior. Ney Wilson, coordenador-técnico da Confederação Brasileira de Judô, explica que a diminuição do tempo de luta atende a pressão da mídia. "A FIJ pretende que os torneios sejam mais curtos,mais atraentes para cobertura da TV." No tatame, o impacto virá, admite. "Um minuto parece pouco, mas se perde 1/5 da luta. Precisaremos de novo planejamento e repensar os treinos." Wilson, contudo, não é favorável à mudança do dia da pesagem. "Não sou adepto dessa idéia", admitiu. "Acho que o atleta é diferente a cada dia e essa mudança pode motivar um exagero na perda de peso, trazendo até prejuízos para a saúde." O gaúcho João Derly, bicampeão mundial dos meio-leves, não é contrário às mudanças. Pensa, inclusive, que a alteração na pesagem pode ajudar psicologicamente os judocas que enfrentam problemas na balança. "Muitos já perderam noites de sono pensando nisso." Após breve descanso na volta de Pequim, Derly decidiu retornar rapidamente às competições - luta a partir das 9h15. O judoca admite que as novas regras devem ser facilmente aprovadas no congresso da FIJ e que a diminuição no tempo de combate trará dinamismo ao judô. "A diferença será grande", imagina. "Mas é questão de adaptação. Antes, a parte aeróbica era importante. Agora, vamos teremos de treinar potência." Outras propostas serão discutidas, como o fim do koka (a menor pontuação da luta) e um desestímulo às catadas de pernas, golpes muito utilizados por Derly, mas considerados mais próximos da luta do que do judô tradicional.

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