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Novo capítulo: estádio corintiano ganha força

Com estrutura pronta no entorno e apoio do presidente Lula, arena de Itaquera já é analisada como opção para a Copa

Por Wagner Vilaron
Atualização:

O estádio do Corinthians, sonho da torcida e que se transformou em motivo de chacota nas últimas décadas por movimentar apenas o mercado de maquetes, ganhou força na corrida para ser o palco de São Paulo na Copa do Mundo de 2014. O clube conquistou um forte aliado para o projeto: o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva que, entre outras atribuições, também atua como conselheiro vitalício do Alvinegro.Lula e o presidente corintiano, Andrés Sanchez, mantiveram alguns encontros nesse ano. O último deles ocorreu há exatamente uma semana. Na pauta da reunião, além de algumas cornetadas na seleção brasileira que fracassou na Copa do Mundo da África do Sul e da campanha do Corinthians no Brasileiro, esteve a discussão sobre a nova arena. Lula se comprometeu a ajudar seu clube de coração na articulação política necessária para a concretização do negócio.O plano da diretoria corintiana é ousado. O clube pretende erguer o estádio no terreno que mantém em Itaquera, onde funciona o Centro de Treinamento das categorias de base. O projeto é tratado com tanto carinho por Sanchez que a ideia é fazer o anúncio oficial de seu lançamento no dia 1.º de setembro, data do 100.º aniversário do clube. "Literalmente seria um presente para o nosso torcedor", explicou ao Estado uma das pessoas que coordena o projeto.Alguns integrantes da diretoria corintiana que defendem a utilização do novo estádio na Copa do Mundo de 2014 ficaram animados com o encontro que reuniu ontem, no Palácio dos Bandeirantes, o governador Alberto Goldman (PSDB), o prefeito Gilberto Kassab (DEM) e o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira. Para esse grupo, ficou no ar a intenção de se investir na construção de um novo estádio. Com a hipótese de duas arenas subirem ao mesmo tempo (a outra seria de Pirituba), ganharia força a participação do Corinthians.Portas fechadas. Após duas horas de reunião, os três evitaram responder perguntas, mas fizeram questão de destacar que trabalharão em conjunto para trazer para a cidade a abertura do Mundial. "Tivemos um conversa e saímos imbuídos de que faremos o máximo possível para que a abertura seja em São Paulo", afirmou Teixeira, que não quis dar mais detalhes sobre o que foi debatido. "Não se falou sobre estádio e, dentro das próximas semanas, vamos tentar achar uma solução".Se nos bastidores o clima era tumultuado, pelo menos na saída o discurso parecia bem ensaiado. "Concordamos em trabalhar nas próximas semanas para que se viabilize a abertura em São Paulo. Vamos fazer um esforço nessa direção, mas hoje não colocamos nenhuma opção", reforçou Goldman. Kassab, por sua vez, voltou a bater na tecla de que a prefeitura não investirá recursos públicos na construção de arenas.Adaptações. O fato de Goldman e Teixeira terem feito questão de destacar que o trabalho visa transformar São Paulo na sede do jogo de abertura traz alguns problemas para o estádio corintiano. O primeiro deles é a capacidade. O projeto inicial em Itaquera prevê receber até 45 mil pessoas. A Fifa exige pelo menos 65 mil para a partida inaugural. "Temos um projeto definido. Se quiserem aumentar, que apresentem investidores para bancar essa diferença (de capacidade)", afirmou Sanchez. "E não para por aí. Terão de bancar a diferença para construir e a diferença na manutenção de um estádio como esse."A proposta de utilizar arquibancadas móveis, cogitada também para a reforma e ampliação do Pacaembu, foi descartada. Pelo menos até segunda ordem. "A Fifa não permite esse tipo de recurso. Esse negócio de montar agora e tirar depois não funciona com aqueles caras", lembrou o presidente corintiano.O cálculo já foi feito. Pelas contas realizadas no Parque São Jorge, cada assento extra representa acréscimo de R$ 10 mil na obra. Ou seja, para ampliar a capacidade em 20 mil lugares, seriam necessários R$ 200 milhões. Esse montante representa quase 50% do custo inicial projetado para a obra, de aproximadamente R$ 500 milhões.

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