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Novos esportistas no mundo das palestras

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Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado dos palestrantes do mundo esportivo ampliou-se depois dos Jogos Olímpicos de Atenas. Giovane e Nalbert, campeões no vôlei, e o nadador paraolímpico Clodoaldo, que conquistou sete medalhas, começam a fazer um pé-de-meia fora do esporte - seguindo os passos de técnicos como Parreira e Bernardinho e ex-atletas como Oscar e Magic Paula. Clodoaldo foi o maior destaque da delegação brasileira paraolímpica em Atenas: venceu seis provas e ficou em segundo em outra. O atleta de 25 anos achou nas palestras um meio de ganhar dinheiro. "Em dezembro acabou meu patrocínio com o CPB (Comitê Paraolímpico Brasileiro), que é de R$ 600. Fui convidado pela primeira vez pelo Boticário para dar uma palestra. A primeira foi em outubro", conta o nadador. "Para ser bem sincero, não achei nada difícil. O que faço é ir lá e contar a minha história. É importante as pessoas saberem que se eu posso chegar lá e conquistar tudo isso, qualquer um pode também." Além de falar sobre a carreira no esporte, Clodoaldo aborda a deficiência física no Brasil e no mundo. "Tem muito preconceito, não quero que tenham dó da gente. Mas também tem muita coisa emocionante e engraçada. Procuro contar piadas para não ficar monótono. Também mostro vídeos de Atenas que mexem com as pessoas." O veterano Giovane, de 34 anos, é bicampeão olímpico (Barcelona e Atenas) e começou a dar palestras há cerca de dois anos. "Agora estou tendo um pouco mais de tempo para me dedicar. Mas é uma coisa que me dá muito prazer, gosto muito e estou ficando cada vez mais à vontade", declara o jogador. "A primeira (palestra) foi para uma empresa de telefonia, em São Paulo, e me deu aquele friozinho na barriga como antes de qualquer decisão de vôlei. O começo foi a parte mais difícil, não sabia como o público ia reagir, não sabia se seria correspondido. E em palestras, se não houver empatia e interação, fica tudo muito frio. Mas deu tudo certo, foi muito legal e a resposta do pessoal foi a melhor possível", lembra Giovane. Assim como Clodoaldo, Giovane expõe sua carreira. "Falo sobre os problemas que tive, os obstáculos que precisei superar, as dificuldades e as alegrias dentro do vôlei, o sacrifício, tudo o que cerca um trabalho em equipe. Aconteceu muita coisa legal, como as conquistas, o carinho do torcedor, a fama, as boas histórias, mas teve também a saudade da família, dos filhos, momentos difíceis, decisões perdidas, má fase. Tudo isso é história." Nalbert só deu duas palestras até hoje. "Tem muitos convites, mas minha prioridade é o vôlei. Não vou deixar de treinar e de jogar para dar palestras. É algo muito simples, vou lá e bato um papo. Ainda não tive tempo de pôr recursos em Power Point ou vídeo." Nenhum deles revelou quanto cobra. "Depende da duração e da empresa. Conversamos e acertamos", diz Clodoaldo. "Pode apostar que é muito menos do que outros palestrantes do esporte", desconversa o novato Nalbert.

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