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Nuzman afirma que verba é importante, mas não garante medalhas

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Por Redação
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O aumento dos investimentos e do apoio de estatais a atletas não é a única solução para o Brasil dar um salto de qualidade e se tornar uma potência olímpica, segundo o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman. "O recurso é algo importante, mas se fosse só recurso, a China não teria conquistado menos medalhas agora do que em Pequim (em 2008). Eles têm 2 bilhões de dólares. Muitos que caíram no quadro de medalhas têm investimento muito grande e nós, que temos menos, crescemos", disse o dirigente nesta segunda-feira. Em Londres, o Brasil ganhou 17 medalhas, um recorde na participação do país, porém um número menor de ouros do que há 8 anos, em Atenas -- 3 contra 5. "Fiquei satisfeito com as 17 medalhas. Ninguém vai conquistar medalha sem ser finalista. Atletas que não estavam no quadro ganharam medalha e outros que poderiam não ganharam", declarou ele à Reuters. Para os Jogos de Londres, o Brasil teve um investimento recorde na preparação dos atletas e até alugou um centro de treinamento, o Crystal Pallace, para que os treinos fossem feitos em alto nível no próprio local do evento. Segundo Nuzman, além de difundir ainda mais as modalidades esportivas, é necessário se formar novos ídolos para estimular e aumentar a formação de atletas de alto rendimento no Brasil. "Temos a consciência de que o crescimento do Brasil em 2016 vai ser importante para os Jogos seguintes", disse. "Ao você melhorar os resultados em uma modalidade, você atrai novos jogadores e talentos. O incentivo e a motivação da juventude são fatores importantes para dar o crescimento, o salto de qualidade", completou. A proposta do COB é formar uma delegação de atletas para ganhar mais medalhas em 2016, mas, principalmente, manter o nível nos Jogos seguintes. "Se você olhar o histórico, os países-sede tiveram um salto de qualidade em casa e depois caíram. A China foi primeiro em casa e agora caiu para o segundo lugar e ganhou menos medalhas", afirmou. "Nosso trabalho não é só para 2016; visa 2020, 2024 e 2028. Tivemos o mesmo número de medalhas que a Espanha, que fez uma Olimpíada há 20 anos. A Grécia também caiu (depois de 2004)", acrescentou. Medalhista de bronze em Londres, o iatista Robert Scheidt acredita que o Brasil pode melhorar seu desempenho. "Recebemos grande nível de apoio do COB e das leis de incentivo. A preparação foi muito boa, mas dá para melhorar ainda mais no Rio de janeiro", disse ele a jornalistas. (Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)

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