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O carioca já sente saudade do Pan

Violência caiu durante os Jogos, o trânsito fluiu e as competições receberam bom público

Por Roberta Pennafort
Atualização:

Antes do Pan, o carioca temia pelo pior: achava que o trânsito na cidade ficaria insuportável, que a violência iria atrapalhar os Jogos, que a venda de ingressos não daria certo. Passadas as competições, a constatação: não foram registrados grandes engarrafamentos, as ocorrências policiais caíram significativamente e as competições tiveram bom público, apesar dos problemas com os bilhetes. A população do Rio aprovou o Pan, não há dúvidas, e já sente saudades dos dias de festa. "O Pan é o máximo, pena que dura pouco. Se eu não dependesse do meu trabalho, teria parado só pra ficar assistindo a todas as competições ao vivo, em vez de ver pela TV", disse, animadíssimo, o instalador de internet Alison Luiz de Castro Lima, durante a emocionante final do futebol feminino, no Maracanã, na quinta-feira passada. De peruca colorida na cabeça, pandeiro nas mãos e enrolado na bandeira nacional, ele dava entrevista de olho no campo. Ao fim do jogo, com os 5 a 0 nos EUA e o ouro das meninas do Brasil, Lima era só alegria: "Não tem coisa melhor. A cidade ficou muito mais pra cima." Os torcedores compareceram a competições até mesmo de vela, na Marina da Glória, de onde se viam os barcos bem ao longe. "O importante é participar. Eu queria ter assistido ao vôlei masculino, mas não consegui ingresso, então estou aqui", contou a professora paulista Anete Vilela, que mora nos EUA e marcou as férias no Rio para julho por causa do Pan. "Achei a cidade ainda mais simpática dessa vez." Os bilhetes foram um revés. Os cambistas não foram coibidos e muita gente reclamou de não ter conseguido comprar entradas mesmo para jogos que não tiveram lotação esgotada. As trocas de horário também aborreceram os torcedores, que ainda sofreram com bilhetes clonados. Para Zig Veloso, engenheiro, a dificuldade maior foi driblar os cambistas. "Eles cobravam até R$ 100, quando o preço normal era R$ 30. No início do Pan, passei sufoco, mas depois aprendi os macetes", riu. Ele acabou conseguindo acompanhar a competições de atletismo, vôlei, natação e canoagem. Veloso mora em Todos os Santos, zona norte, e avista o Engenhão da janela do apartamento. O esquema de policiamento montado em torno do estádio fez com que ele e os vizinhos se sentissem mais seguros. Os voluntários mereceram tanto elogios quanto reclamações. Por um lado, tinham boa vontade e tentavam ajudar; por outro, nem sempre estavam bem informados. Da parte deles, também houve queixas - em especial com relação à locomoção até os locais de trabalho (havia restrição quanto ao número de passagens pagas) e à comida (o lanche foi considerado insuficiente por quem tinha de trabalhar muitas horas por dia). As dificuldades levaram a várias deserções.

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