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O Corinthians não teve pena

Time aproveita abatimento do São Paulo pela eliminação da Libertadores e vence por 3 a 1 no Pacaembu

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Por Fábio Hecico
Atualização:

Discussões entre jogadores, com empurra-empurra e bate-boca entre treinadores. Ingredientes habituais em clássicos. Num jogo com clima quente acima do normal, recheado de entradas duras e, às vezes, desleais, mais uma vez a vitória foi corintiana - a terceira em quatro encontros na temporada,agora pelo Campeonato Brasileiro -, desta vez por impiedosos 3 a 1, gols dos volantes Cristian e Jucilei e do zagueiro Chicão, afundando de vez o time do Morumbi na crise. Confira tudo sobre o Brasileirão no canal especial do campeonato Eliminado da Taça Libertadores pela quarta vez seguida, com treinador interino (Milton Cruz na vaga do demitido Muricy Ramalho, enquanto Ricardo Gomes não assume), vencer significava, ao São Paulo, amenizar a dor da queda na América. Mas o esquema de jogo demonstrava que um triunfo seria coisa do acaso. O time entrou com quatro defensores, cinco no meio-campo e apenas Borges isolado na frente. A ordem do interino era neutralizar o bom meio rival com marcação individual: Richarlyson em Elias, Jean em Cristian e Eduardo Costa em Douglas. Conseguiram segurar a onda por 15 minutos. Só dava São Paulo no início. Pelo menos no domínio de bola, já que as duas finalizações foram sem perigo. Mas a prova de que o esquema era suicida viria ainda na fase inicial. Cristian dominou na defesa e arrancou, tocou para Douglas e recebeu de volta para abrir o placar: 1a 0 com gol inteiro dos atletas de meio-campo. Cristian nem comemorou, pois sentiu fisgada no posterior da coxa esquerda na hora do pique - Marcelo Oliveira já havia deixado o campo com a mesma lesão. O gol acirrou os ânimos. Aos 41, Hugo deu entrada forte em Jorge Henrique, que não gostou. Trocaram empurrões e quase todos os demais mostraram nervos à flor da pele. Até os técnicos. "Para de reclamar que você é técnico, não árbitro", reclamou Milton Cruz de Mano. A resposta veio de imediato. "Sou técnico e você, interino." A confusão se arrastou no intervalo. "Eles não mereciam estar ganhando, mas o Mano fica querendo apitar o jogo", seguiu na bronca Milton Cruz, que se sentiu ofendido com o comandante corintiano. Os técnicos se entenderam após o clássico, com declarações pacificadoras. Em desvantagem no placar, o São Paulo voltou sem rumo para a fase final. O Corinthians abusava do que mais sabe fazer: tocar a bola. De pé em pé, até Marcelinho sofrer falta na entrada da área. Chicão, preciso, ampliou a angústia rival: 2 a 0. Os corintianos, então, não tiveram dúvida. Começaram a gritar "olé" com apenas 15 minutos. Ronaldo, ainda invicto em clássicos, corria como nunca, mostrava vontade e por pouco não deixou sua marca. Dênis foi bem e evitou. O Fenômeno não marcou. Jucilei, sim, de cabeça. Richarlyson ainda fez o de honra para o São Paulo. Mas o time do Morumbi chegou ontem ao fundo do poço.

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