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O ''Fenômeno'' surge na Itália. Com uma gafe

Revista confunde Ronaldos em 94

Por Antero Greco e SÃO PAULO
Atualização:

Omundo reverencia Ronaldo como o "Fenômeno" do futebol. Há mais de uma década se convencionou que o apelido surgiu na Itália, na época em que o astro do Corinthians brilhava com a camisa da Internazionale de Milão. O país de origem do epíteto confere, mas a data da definição deve recuar para 1994. Por justiça histórica, deve creditar-se ao Guerin Sportivo a primazia da referência elogiosa ao atacante que desde a tarde de domingo atormenta o sono dos santistas. Às vésperas da Copa nos Estados Unidos, a revista trouxe suplemento especial sobre a seleção brasileira, que em seguida conquistaria o tetracampeonato mundial. O material, minucioso, contava até com pequenos perfis dos jogadores convocados por Carlos Alberto Parreira. O penúltimo da lista era Ronaldo de Lima, definido na primeira linha como "Um fenômeno" e "maior revelação dos últimos anos". O Guerin, na época uma bíblia para amantes do futebol internacional, ainda informava que o jovem atacante do Cruzeiro, 18 anos incompletos, tinha habilidade com os dois pés e que alguns o comparavam com Pelé. "Mais justo é falar que se trata de um digno herdeiro de Tostão e Careca", emendava. Gerardo Landulfo, então correspondente da revista no Brasil e autor da reportagem, considerava sua missão bem concluída, mas levou um susto ao receber seu exemplar, uma semana mais tarde. "Quando abri o suplemento, vi que a foto era do Ronaldão, do São Paulo", recorda. "O Ronaldinho havia sido convocado em cima da hora, as pessoas não o conheciam na Europa e quem fechou o material cometeu o erro", lamenta. "Não havia messenger, a internet era incipiente. Não dava para controlar à distância, como seria fácil hoje em dia." Gerardo, hoje agente de viagens, conserva aquela publicação como relíquia e lhe resta como consolo a sacada de definir Ronaldo como Fenômeno. "Pegou, né?"

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