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''O jogo contra a Rússia foi um marco''

Para o treinador, virada obtida na primeira partida foi fundamental para que o time superasse todas as demais adversidades

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Por Redação
Atualização:

O técnico da seleção brasileira feminina, José Roberto Guimarães, fez questão de ressaltar que a conquista do oitavo título no Grand Prix de Vôlei foi a mais difícil de todas. Segundo o treinador, o time encarou problemas e teve de atuar no limite. A seguir, Zé Roberto fala sobre os bastidores da vitória. Você declarou para a TV que esta foi a conquista mais difícil de todas. Foi por causa da fase de renovação do time? "Não foi só isso. Para começar, ao contrário dos outros anos, não fizemos aclimatação (ao fuso horário do Japão, de 12 horas) antes da fase final. Jogamos no Brasil na última rodada da fase de classificação e depois viajamos direto para Macau para entrar em quadra de novo praticamente no dia seguinte ao da chegada. Como se não fosse pouco, tivemos problemas na viagem de Macau para a Coreia do Sul. Uma viagem que deveria demorar 5h30 durou 23 horas porque a Federação Internacional organizou um roteiro terrível para a gente, de maneira que fomos de ferry boat até o aeroporto de Macau, de lá de avião até Tóquio, de Tóquio a Seul e de Seul mais 1h30 de ônibus para Mokpo. Para piorar, foi a semana em que tivemos os maiores problemas para comer. A maioria das atletas perdeu peso e tônus muscular. Você acha que foi esse desgaste o responsável por alguns momentos instáveis que o time apresentou, como no jogo contra o Japão? O cansaço ajuda, mas acho que também pesou a idade das jogadoras (o time passa por fase de renovação). Para elas, esse Grand Prix foi um aprendizado sobre situações de jogo, como é ter de enfrentar equipes de alto nível. Acho que haverá um crescimento desse grupo a partir disso. Elas tiveram de disputar com equipes de várias escolas diferentes de vôlei, como a Rússia, a China, o Japão e a Alemanha. Mas foi bom para entenderem o porquê, por exemplo, da necessidade maior de treinos. As jogadoras tiveram momentos brilhantes, mas também apresentaram deficiências que a gente não costumava ver, como erros de ataque. Para você, a maior virtude desse time foi superar os momentos de instabilidade? Acho que sim. Elas foram muito bem. O bom é que elas se depararam com situações difíceis e conseguiram resolver. Um pouco de instabilidade é coisa que eu sabia que ia acontecer. Faz parte do processo natural das coisas elas verem que para ganhar é duro. Para você, algum resultado foi o decisivo para o título? A vitória sobre a Rússia no primeiro jogo foi superimportante por ter sido daquela forma (salvar um match point no quinto set e virar a partida), mas não foi menos importante do que os outros jogos. O confronto contra o Japão foi bem difícil e a Holanda complicou pra caramba. Para superar momentos como esse foi preciso treinar muito e estar sempre em forma para conseguir superar essas dificuldades. Mas, em termos de jogo, a Rússia foi realmente um marco. A virada no tie-breaker teve grande importância.

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