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O novo salto de Daiane

Por Glenda Carqueijo
Atualização:

Daiane dos Santos tem uma lista enorme de resoluções para este ano. Uma de suas metas é tornar-se paulistana no segundo semestre. A ginasta contou ao Estado que tem uma proposta, muito bem encaminhada, com o Clube Pinheiros, onde, além de treinar, quer ajudar a equipe: "Quero colaborar não só como ginasta, mas como técnica ou coordenando, organizando, equipes de ginástica." No quarto ano de Educação Física, pretende se transferir de Curitiba, sede da seleção permanente, para São Paulo depois da Olimpíada de Pequim. "Entrei em contato com o clube algumas vezes e está quase tudo certo. Vai ser bacana treinar em São Paulo, em um clube forte e de tradição", diz Daiane, empolgada. Com o fim do ciclo olímpico depois dos Jogos, a equipe permanente será desfeita e cada atleta terá de voltar para seus clubes. Daiane está sem clube há dois anos - o último foi o Grêmio Náutico União, de Porto Alegre, sua cidade natal. O convite do Pinheiros veio em boa hora. No ano que vem, haverá eleição para a presidência da Confederação Brasileira de Ginástica e a decisão do local da nova sede - ou mesmo se a equipe continuará treinando junta - dependerá do novo dirigente. Hoje, quem está à frente da CBG é Vicélia Florenzano. A oportunidade de defender um clube afasta a possibilidade de Daiane se aposentar este ano. "Minha última Olimpíada será a de Pequim. Londres (2012) é muito distante. Não vai dar, já estarei velha, com 29 anos", brinca. "Mas quero continuar competindo, fazendo treinos mais leves", explica, ao citar a Super Final da Copa do Mundo, em dezembro, realizada a cada dois anos - o local não está definido. "Dá para continuar competindo por mais alguns anos", afirma a atleta, que já passou por várias intervenções cirúrgicas. A última ocorreu em outubro, quando foi submetida a uma artroscopia no tornozelo esquerdo. A inflamação impediu Daiane, favorita ao ouro no solo nos Jogos Pan-Americanos do Rio, em julho, de disputar a decisão. "Tiveram de raspar o osso do tornozelo e remover sangue acumulado." Sofrendo com dores no tornozelo durante o Pan, em que foi para o sacrifício e ajudou a seleção a se classificar para a final por equipes (o Brasil foi prata, atrás dos EUA), Daiane ainda ajudou o grupo no Mundial de Stuttgart, em setembro, a se classificar para Pequim. Desde então, não competiu mais. De outubro a dezembro só treinou os membros superiores, sem poder correr nem saltar. Saiu de férias no dia 17 de dezembro e voltou a treinar na segunda-feira. Mas não ficou parada durante as férias. "Fiz caminhada, flexão de braço para manter a forma. Estou voltando devagarzinho", avisa. LUTA CONTRA CONTUSÕES Os dois tornozelos de Daiane foram responsáveis pela sua despedida precoce do Pan do Rio, em julho, sem competir no solo, aparelho que já lhe deu o ouro no Mundial de Anaheim, em 2003 Daiane sofreu um duro golpe na véspera da Olimpíada de Atenas, em 2004, quando fortes dores no joelho direito a levaram para mesa de cirurgia para retirada de cartilagem. A contusão tirou a confiança da gaúcha, que era favorita ao ouro no solo. Ela já tinha operado o joelho em outra ocasião. CARREIRA 3.ª Olimpíada em Pequim, depois de Sydney/2000 (como reserva) e Atenas/2004 1 título mundial no solo, em Anaheim/2003 5 medalhas em Jogos Pan-Americanos (três bronzes e duas pratas)

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